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Censura! Estão censurando no futebol também. Já o faziam,
e agora é lei. Absolutamente nada tem a ver com um novo mundo ou uma nova
realidade social. Digo e assumo. O STJD (Superior Tribunal de Justiça
Desportiva Brasileiro), seguindo uma recomendação da FIFA, emitiu nota para o
quadro de arbitragem, federações e clubes determinando que cânticos homofóbicos
de torcedores sejam relatados na súmula para punição com multa ou até perda de
pontos por parte do clube com a torcida envolvida nas ações.
Pois bem, agora a bola está comigo. No jogo de hoje entre
Vasco X São Paulo, em São Januário, no Rio de Janeiro, por volta dos 20 minutos
do 2º tempo, quando o Vasco ainda vencia por 1 X 0, o árbitro Anderson Daronco,
que já tem por hábito aparecer mais que o jogo que arbitra em si, chamou a
atenção do técnico do Vasco Vanderlei Luxemburgo sobre o comportamento da
torcida do Vasco que ofendia o time do São Paulo com um termo ouvido há pelo
menos 50 anos nos estádios de futebol, hoje enquadrado como homofóbico.
Prontamente, ciente da norma, o técnico pediu calma aos torcedores. E eu aqui,
fiquei nervoso. Indignado com a compreensão do que acontecia naquele momento.
Não existem medidas ou normas para acabar com a corrupção
no futebol ou torna-lo um espetáculo melhor de se ver. Mas agora querem calar a
boa do torcedor. O leitor talvez pergunte, “seria eu, o autor do blog, a favor
da homofobia?”. Evidente que não. Como não sou a favor de arranjos no futebol,
corrupção, jogos de péssimo nível e, principalmente, hipocrisia e conversa
fiada. O torcedor não é o protagonista do jogo. É o espectador que paga
ingresso e tem direito a vaiar, aplaudir, elogiar, xingar e ponto final. Ele é responsável
pelos seus atos. Como num cinema, num teatro, num evento público ou privado.
Que falta fazerem? Distribuir cartilhas educativas dizendo o que o torcedor
deve ou não gritar durante um jogo de futebol? Excessos como preconceito
racial, de classe e gênero não podem ser debitados na conta do jogo, do
treinador ou do clube. Há de se criar outra fórmula mais justa e de bom senso
para julgar tais atitudes
Até mesmo uma briga entre torcidas não pode estar na
conta dos clubes participantes. Isso é assunto de polícia. E se ela, a polícia,
julgar que as medidas de segurança do estádio, com mando de campo do clube, não
foram as necessárias, aí entramos em outro aspecto do assunto. Que lei poderia
ser criada? Francamente, não sei. Não sou especialista em leis, não sou
advogado. Mas minha experiência sobre as quatros linhas e o que sei sobre
torcedor, aponta o dedo para os tribunais de justiça e para a FIFA, que fecham
os olhos às falcatruas que, infelizmente, não podemos provar, assim como vários
crimes que acontecem no cotidiano, dentro ou fora do esporte. Quais medidas são tomadas para isso? Quais medidas foram tomadas,
por exemplo, contra a CBF, sobre acusações de corrupção envolvendo emissoras de
TV e a própria FIFA, que redundaram na prisão do ex-Presidente da CBF, José
Maria Marin, ainda pesando acusações e mandados de prisão contra integrantes
que se envolveram em determinados escândalos recentes?
Posso apenas, como treinador e colunista esportivo,
sugerir que haja outro tipo de julgamento sobre a homofobia por parte do
torcedor. Gente especializada que descubra premiações ou boicotes, chegando até
a um mando de campo, por exemplo, dependendo da gravidade do caso, a serem
aplicados. Mas, jamais, órgãos do futebol. Não é a tarefa que lhes cabe.
O jogo em questão terminou com o placar de 2 X 0 para o
Vasco, chamando a atenção para dois aspectos: a péssima arbitragem do juiz
Anderson Daronco, que nem com o VAR acertou na expulsão do jogador Raniel, do
São Paulo (o lance não foi falta para expulsão), e a capacidade técnica do
treinador vascaíno, Luxemburgo, que, apesar do adversário ter um jogador a
menos facilitando seu trabalho, está conseguindo levar um time medíocre a se
afastar da zona de rebaixamento com esses 2 X 0 obtidos hoje sobre o São Paulo.
Boa semana!
Nota: Em breve o Futebol de Fato em vídeo também.