Prezados leitores, nem Flamengo, nem Corinthians, nem
Barcelona, nem Liverpool, a atração é o treinador. Embora tenha citado
Barcelona e Liverpool, estes clubes são mais coadjuvantes desse espetáculo
circense que é a participação do técnico de futebol durante uma partida. No
passado, a estrutura dos estádios e a expressão em segundo plano os confinavam
a um fosso ou discretamente sentados em um banco junto com sua comissão técnica
e os reservas de sua equipe.
Hoje, em alguns casos, o técnico é até cobrado por
torcedores menos esclarecidos e até por parte da opinião pública e de
jornalistas se adotar tal comportamento. Dirão que treinador “A” ou “B” “vê sua
equipe jogar errado, naufragar, e mantém-se frio, parecendo desinteressado
diante dos erros que sua equipe apresenta”. É mais ou menos como se o treinador
estivesse inscrito e em atividade e pudesse entrar a qualquer momento e salvar
seu time em campo. Mas o predomínio fica mesmo por conta do carnaval de plumas
e paetês e comportamentos atípicos e histéricos por parte desses senhores.
Num estádio de razoável tamanho e em jogo de razoável
público talvez com um megafone um jogador a 50, 60 metros de distância ouça as
instruções e os avisos. De outra forma, eu vos garanto, por experiência própria
que seu jogador não ouve absolutamente nada. Na maioria das vezes, o que o
técnico consegue é atrapalhar, confundir seus jogadores. Quando não os deixa
aflitos e nervosos, no caso dos menos experientes. O marketing cobra.
Ele, o técnico, sabe que está sendo visto por milhares de
olhos eletrônicos e humanos, aí não contém sua vaidade e não resiste. Quer
mostrar a todo custo sua capacidade, valorizar o seu diploma, se é que o tem. Incorporar
tradutor de libra, fazer sua mimica e, através de gestos que ele acha que o
meio esportivo conhece, demonstrar na ponta dos dedos o que quer de seus
comandados. E, pasmem, com a bola rolando como se o “aluno” fosse parar, no
calor de uma partida, para prestar atenção em seus gestos.
Chega a parecer que não convive uma semana inteira com
eles. Que não treina, não concentra, não dá palestra, não tem tempo suficiente
para corrigir e passar suas pertinentes instruções. Isso sem falar que por
muitas vezes encontra a malandragem e teimosia de jogadores mais experientes
que fingem estarem ouvindo o espetáculo do comandante.
Enquanto isso, seguem valorizando muito acima da real
importância que tem sua função. E, outrora pago em tostões, hoje, reconhecido,
sendo da série A, por exemplo, já entrou pra casa dos milhões. Embora poucos, é
claro.
Treinador ajuda muito ou prejudica demais. Na maioria das
vezes prevalece a segunda opção. Pense nisso.
Boa semana!
Atenção: em breve o “Futebol de Fato” em texto e
vídeo!
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