domingo, 4 de agosto de 2019

NO PALCO VOSSA EXCELÊNCIA: O TREINADOR DE FUTEBOL


Prezados leitores, nem Flamengo, nem Corinthians, nem Barcelona, nem Liverpool, a atração é o treinador. Embora tenha citado Barcelona e Liverpool, estes clubes são mais coadjuvantes desse espetáculo circense que é a participação do técnico de futebol durante uma partida. No passado, a estrutura dos estádios e a expressão em segundo plano os confinavam a um fosso ou discretamente sentados em um banco junto com sua comissão técnica e os reservas de sua equipe.

Hoje, em alguns casos, o técnico é até cobrado por torcedores menos esclarecidos e até por parte da opinião pública e de jornalistas se adotar tal comportamento. Dirão que treinador “A” ou “B” “vê sua equipe jogar errado, naufragar, e mantém-se frio, parecendo desinteressado diante dos erros que sua equipe apresenta”. É mais ou menos como se o treinador estivesse inscrito e em atividade e pudesse entrar a qualquer momento e salvar seu time em campo. Mas o predomínio fica mesmo por conta do carnaval de plumas e paetês e comportamentos atípicos e histéricos por parte desses senhores.

Num estádio de razoável tamanho e em jogo de razoável público talvez com um megafone um jogador a 50, 60 metros de distância ouça as instruções e os avisos. De outra forma, eu vos garanto, por experiência própria que seu jogador não ouve absolutamente nada. Na maioria das vezes, o que o técnico consegue é atrapalhar, confundir seus jogadores. Quando não os deixa aflitos e nervosos, no caso dos menos experientes. O marketing cobra.

Ele, o técnico, sabe que está sendo visto por milhares de olhos eletrônicos e humanos, aí não contém sua vaidade e não resiste. Quer mostrar a todo custo sua capacidade, valorizar o seu diploma, se é que o tem. Incorporar tradutor de libra, fazer sua mimica e, através de gestos que ele acha que o meio esportivo conhece, demonstrar na ponta dos dedos o que quer de seus comandados. E, pasmem, com a bola rolando como se o “aluno” fosse parar, no calor de uma partida, para prestar atenção em seus gestos.

Chega a parecer que não convive uma semana inteira com eles. Que não treina, não concentra, não dá palestra, não tem tempo suficiente para corrigir e passar suas pertinentes instruções. Isso sem falar que por muitas vezes encontra a malandragem e teimosia de jogadores mais experientes que fingem estarem ouvindo o espetáculo do comandante.

Enquanto isso, seguem valorizando muito acima da real importância que tem sua função. E, outrora pago em tostões, hoje, reconhecido, sendo da série A, por exemplo, já entrou pra casa dos milhões. Embora poucos, é claro.

Treinador ajuda muito ou prejudica demais. Na maioria das vezes prevalece a segunda opção. Pense nisso.

Boa semana!

Atenção: em breve o “Futebol de Fato” em texto e vídeo!

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