Chegamos à 15ª rodada do Campeonato Brasileiro já com a,
até então, sensação Palmeiras perdendo a ponta e caindo de produção. Entre os seis
primeiros colocados, quatro times paulistas, um carioca e um mineiro. Vou focar
meu comentário no jogo de sábado entre Vasco X Flamengo, que bateu recorde de
público, mas em lugar errado, infelizmente. Dois clubes tradicionais do Rio de
Janeiro (muito provavelmente as duas torcidas juntas somem cerca de 50 milhões
de torcedores, no mínimo) se enfrentando em Brasília, com os interesses
comerciais falando mais alto.
Mando de campo do Vasco da Gama, time inferior, pior
colocado na tabela, mas vindo de uma melhora nos últimos jogos em função de uma
melhor arrumação que o bom treinador Vanderlei Luxemburgo conseguiu. Por mais
que o torcedor de Vasco X Flamengo sinta prazer em assistir seus times de
coração na TV, eu garanto que no fundo eles ficam é tristes. Não posso afirmar,
contudo, que se o Vasco jogasse em seu território teria melhor sorte que ontem.
A diferença de qualidade entre os dois elencos é evidente. Quem assistiu ao
jogo viu isso com toda clareza.
Com a vantagem de 1 X 0 no primeiro tempo, o Flamengo
manteve sua superioridade na segunda etapa, chegando ao 2º gol de forma
arrasadora. Os jogadores contratados pelo Flamengo, principalmente do setor
ofensivo, são rápidos, leves e muito técnicos. Deter a força ofensiva do
Flamengo requer uma estratégia muito bem montada e uma melhor qualidade
individual, tanto defensiva, quanto de meio e ataque. Embora tenha conseguido
dois pênaltis, tendo a chance de deixar o placar mais apertado, até nesse
momento notava-se a diferença entre os jogadores.
O goleiro do Flamengo experiente e muito técnico defendia
os dois pênaltis a favor do Vasco. O Flamengo respondia em alta velocidade, com
trocas de passes e passes de primeira que envolviam e desnorteavam
completamente os esforçados, mas limitados, zagueiros vascaínos. Às vezes com
quatro, cinco e até seis jogadores. O placar deu a medida da diferença entre os
dois times.
E lembro que esta sequência que parece infindável de
derrotas do Vasco para o Flamengo já criou há muito tempo uma barreira
psicológica contra o time vascaíno, que há de precisar de um trabalho muito bem
feito, além de um elenco de boa qualidade e personalidade para superar este
efeito colateral.
Vamos aguardar agora se o Flamengo conseguirá manter esse
ritmo, uma vez que disputa a Libertadores e o próprio Brasileiro e vem de, pelo
menos, umas trinta partidas de forte desgaste. Vamos conferir se o técnico
Jorge Jesus vai saber usar o elenco inteiro e poupá-lo na medida certa. Quanto
ao Vasco, resta a Luxemburgo trabalhar com o que tem. E ele deve saber disso.
Seu passo terá de ser curto e sua meta apenas a permanência na séria A, em
2019.
Aproveito a oportunidade para chamar a atenção da
situação de outro clube carioca, o tradicional tricolor das Laranjeiras, que
creio não lhe restará outra alternativa a não ser demitir seu atual treinador,
Fernando Diniz. Num jogo em casa, diante de sua torcida, enfrentando o fraco
CSA, não conseguiu em 97 minutos de jogo aproveitar nenhuma das oportunidades
criadas.
O time apresenta os mesmos erros de seis, sete meses
atrás. Afoito, ansioso, previsível e sem jogadas de fundo. Isso lhe custou uma
derrota que o colocou na zona de rebaixamento e os problemas do Fluminense são
muitos. Resolvê-los durante a competição não é tarefa pra qualquer um.
Fique de olho agora, amigo leitor, porque em breve vem aí
o novo Futebol de Fato impresso e em
vídeo para trazer tudo mais explicadinho pra você.
Boa semana!
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