E eu me
refiro ao futebol na sua essência. De sua majestade, a bola. Já havia falado
anteriormente sobre a conotação desse jogo marcado para os EUA. Aliás, só lá
após furacão ou tempestade conseguem manter um campo e um estádio naquelas
condições. Aos que não entenderam o porquê do jogo Brasil x Colômbia ser nos
EUA, eu sugiro que encaminhe um e-mail a CBF ou deem um pulinho pessoalmente em
sua sede, não sei qual, e obtenha essa resposta pessoalmente. O que eu sei é
que há uma empresa árabe que obteve os direitos de marcação dos jogos da
seleção e o planejamento deles. Bacana, né? Moderno, eficaz, suave, sutil,
quase não deixa nem rastro de tão bem feito o trabalho destes senhores. Mas,
vamos lá. Até aonde a gente pode enxergar, a primeira providência assistindo um
jogo da seleção é apertar a tecla MUTE. Normalmente faço isso sabe, pra não
atrapalhar minhas idéias. Mas hoje eu deixei rolar. Fui testemunha auditiva da
satisfação do Galvão com o jogo, da evolução que o Casagrande viu e do pênalti
que o Arnaldo também descobriu. O caminho era o mesmo. A cada falha de marcação
ou jogada perigosa da Colômbia, era fácil creditar o mérito ao estágio mais
avançado de nosso adversário ou ao fato do jogo estar aberto e franco e a cada jogada
de perigo nossa, a noção de que, aos poucos, estávamos nos encontrando. Eu
imagino se estivéssemos nos perdendo. É, mas, infelizmente eu acho que estamos.
Pois muitas vezes, uma aparente melhoria conduz há uma derrota acachapante mais
lá na frente. Não é pessimismo não, é uma clara evidência. O Brasil tem
jogadores que foram pouquíssimos testados. Alguns sem identidade com o futebol
brasileiro, pois estão há muito tempo jogando lá fora e não exibem nem a escola
a que servem e nem a Brasileira. Só para citar um exemplo, o caso do goleiro
Diego Alves que jogou em 2005, no Atlético MG. Percebe-se que se trata de um
bom goleiro. Mas dá pra confiar? O goleiro é o líder de uma equipe. Se não
estiver sendo, tem que arrumar um jeito de ser. O Brasil melhorou em termos de
agressividade ofensiva e criação de jogadas graças à volta do Kaká. Experiente,
talentoso, Kaká sabe jogar e Neymar passa a não ficar tão isolado. Mesmo assim,
o Brasil continua dependendo do craque santista. E jogando nas suas costas a
responsabilidade da vitória num pênalti que só o Arnaldo viu. É hilário alguém
achar que está fazendo um bem ao futebol brasileiro fechando os olhos a
realidade. Dizer que para acertar a bola o jogador da Colômbia teria que
acertar o jogador da seleção primeiro, no lance do pênalti mal marcado, é
terrível. Quanto à conclusão do pênalti, acontece. Mas às vezes Papai do Céu
castiga. O Brasil não fez por merecer a vitória. O jogo foi até certo ponto
equilibrado e com a equipe colombiana, dirigida pelo excelente José Pekerman, bem
armada e levando mais perigo.
Vale
ressaltar que o Brasil completou 1000 jogos. Há uns 300 atrás, a Colômbia era
presa fácil. O placar não era inferior a 4 ou 5 a 0. Mas, eles evoluíram e
nós decaímos. Isso é fato. O que preocupa mais é a mudança de atitude de muitos
em pensar que o Brasil começa a encontrar o caminho. Mesmo que tivesse, garanto
a vocês que já seria tarde demais. Muito tarde. Aprontar uma seleção Brasileira
para uma copa do mundo em seu país é uma tarefa que envolve muita gente, muito
tempo, muitos testes e mesmo assim é uma tarefa dificílima. Ao contrário do que
muitos estão imaginando, uma copa com a torcida ao lado, logo aqui e tal... Bem,
por favor, parem de imaginar. O futebol tem suas regras de preparação de uma equipe e todas, vejam bem,
todas estão sendo quebradas neste percurso até o pontapé inicial, em 2014.
Fui!
Fernando Afonso
Fernando Afonso
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