segunda-feira, 25 de março de 2013

A SELEÇÃO SEM ROSTO

















Tá nervoso, Felipão? A tendência é que fique ainda mais. E você, com sua experiência, cá pra nós, não acredito que esperasse outra coisa, né? Uma seleção brasileira que vem se arrastando há 2 anos, caindo de joelhos para interesses escusos, comandada por uma instituição absolutamente apodrecida, na qual apenas trocaram o sofá de lugar, e pasmem, colocaram um que você deve tomar cuidado ao sentar, porque sua carteira, seu relógio ou sua medalha de ouro, podem sumir à luz do dia, entre as almofadas, sei lá...

Jogando um futebol há bastante tempo inverso às características que nos consagraram. Toques rápidos, de primeira e em velocidade. Parece até a Polônia ou a Tchecoslováquia de 60, de 70. Mudaram a cara do nosso futebol e não acharam nenhuma que caísse bem. E é evidente que nenhuma vai cair bem.

Enquanto os testes inexpressivos e pautados em políticas extra-campo forem em demasia e a origem dos jogadores forem tão distintas, você vai ter mais problemas de adaptação. Toque de primeira você usa muito em times absolutamente bem treinados e super entrosados. E mesmo assim, sem esquecer a maior arma do futebol brasileiro, que é o drible. Acontece que o drible foi condenado aqui. Ou o cara passa em velocidade com a bola e ganha no pulmão ou Neymar chama pra dançar e ele mesmo é que paga mico no salão.

Aliás, porque será que Neymar não consegue acertar, heim? Há muito tempo que eu sou do conceito de que há um equívoco em relação a esse jogador, que envolve a sua tarefa em campo. Será que alguém já chegou para o Neymar e disse coisas do tipo: “você aqui na seleção é mais um jogador. Vai perder e ganhar como os demais e o peso vai ser dividido por igual. Não tem nenhuma obrigação de fazer aqui o que faz no Santos. Até porque a cobrança é muito maior e uma seleção brasileira é o espelho de seu futebol. E você, Neymar, não é o espelho. O mundo não vai estar olhando para você quando a bola cair nos seus pés, esperando você provar que é fora de série e melhor que o Messi. Tira essa tonelada das costas e jogue seu futebol naturalmente. E de preferência com mais liberdade. Sem ficar isolado, quase fora de campo, na ponta esquerda. Movimente-se e jogue conforme se sentir melhor. Pois o seu futebol é esse.”

Será que alguém já falou assim? Será que alguém já identificou que Neymar não rende por inibição e cobrança em demasia. Ou você está pensando que alguém desaprende do Domingo pra Segunda? E que os beques do Santo André são muito piores do que os da Rússia?

No mais, companheiro, há de se ter em mente, que um Fernando de volante é uma aposta semelhante a de um Eduardo Costa naquela época pré-2002. Que um David Luiz não tem a menor condição de ser zagueiro de seleção brasileira. E tem gente melhor que o Daniel Alves. Que o Hulk pode ser no máximo uma solução de emergência como uma versão mais moderna do Adriano, só que finalizando menos. Há de se achar, quem sabe enfiar aquela bola lá pra dentro, pois a fase do Fred é finita. E basta uma torçãozinha pra gente perder o caminho das redes adversárias de vez.

É, Felipão/Parreira, há muito que se fazer. E muito pouco tempo para se fazer. Se eu estivesse em seu lugar, a primeira providência era deixar o Brasil ser Brasil. Escalar sempre os mais qualificados e incentivar o drible a e jogada pessoal que sempre foi nossa marca e o terror eterno dos adversários. O resto, viria naturalmente com a continuidade de treinos e jogos, pois o que não faltam por aí são estratégias e táticas. Na TV mesmo vivem ensinado. Algumas do outro mundo. Afinal... ninguém é mais bobo, não é?


Abraços!

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