segunda-feira, 25 de março de 2013

O QUE É TORCIDA ORGANIZADA?
















Vou falar sobre dois assuntos distintos, mas que se entrelaçam. O fato das torcidas organizadas de hoje em dia e sua influência direta no êxito dos Estaduais no campo.

No caso das torcidas organizadas, é claro que de organizadas elas não têm nada. A própria foto ilustra um paredão de “torcedores”, não importa o clube, indo à guerra e não a um estádio de futebol.

A torcida organizada nasceu com um propósito muito legal e fiel ao nome. Charanga, bandinha e outras denominações folclóricas que tomavam conta das arquibancadas no passando. Quanta saudade do ritmo de samba que se ouvia das arquibancadas, que ditava o ritmo de jogo e fazia até inveja a algumas baterias de escola. Se o jogo estava ruim, quantas vezes via gente sambando. Era até uma alternativa quando seu time estava irremediavelmente batido.

Veio à influência de fora, primeiro da Europa, com os Hoolingans e Cia, e mais tarde dos clubes da Argentina. Trocaram nosso samba pelo rock com tango. Vão ter mau gosto assim lá no inferno. Nem parece que o jogo é no Brasil. Nunca sonhei que fossemos copiar a Argentina e nunca pensei que nos faltasse criatividade. Mas é isso. Encontros tornando estádios e cercanias em praças de guerra, mortes fora do estádio ou dentro como criminosamente ocorreu no jogo do Corinthians, na Bolívia e aquelas cenas absurdas das torcidas no Sul, no caso a do Grêmio mesmo, comemorando como os hermanos, com aquela correria esquisita e suspeita.

As autoridades têm vários caminhos para segurar os bandidos. Não o fazem porque não querem. Porque eles querem diminuir a população mesmo ou porque gostam de ver os estádios vazios. Porque nenhuma família em sã consciência hoje, pega seu carro, vai para um Engenhão da vida, procura um estacionamento e sobe para assistir um jogo calmamente contra um rival. Não adianta só culpar o nível do Estadual. Ele começa na arquibancada. Na platéia que não sabe mais distinguir urubu de meu louro.

Em algumas torcidas existem até regras. É proibido vaiar. Ora, vejam só... O torcedor movido a paixão que é, paga ingresso, atura todo tipo de estresse e desconforto, assiste um espetáculo pobre, protagonizado por jogadores que ganham 5, 6 ou mais apartamentos de 3 quartos na Zona Sul por mês, e ainda são proibidos de vaiar? Já não podem beber, como se a bebida fosse a razão das pancadarias, e agora só podem vaiar se o seu time for literalmente ao fundo do poço. Isso não é paixão, isso é uma devoção condicionada a interesses.

Aproveito para lembrar que naturalmente o campo não nos dá bons exemplos. Domingo, você vê na sua TV um Botafogo e Madureira com jogadores que praticamente já encerraram a carreira, no caso do Madureira, resgatados por empresários, tentando arrumar alguma coisa ainda. Ora, eu garanto que o Madureira tem condições de produzir na sua categoria de base um time que tenha alguma ligação com o bairro/clube e que traga muito mais alegria e doação e futebol às cores do seu time. Isso hoje é comum no futebol carioca. Muitos veem como positivo. No caso de um ou dois, talvez. Mas de base de um time? Não dá não, companheiro. Ninguém se beneficia com isso. Só quem ganha são os empresários, os cartolas/empresários e os candidatos a ex-jogadores. Porque o que fica no ar é pura depressão. É nostalgia mesmo.


Fui!

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