Minha gente, eis um Brasil de fato. Parodiando até o meu blog. Sim, como disse a torcida, “o campeão voltou”! Se o título ainda não é do Mundial de 2014 e este Brasil de fato ainda precisa de muita coisa para alcançar a 6ª estrela, é inegável de que houve um progresso fantástico em tão pouco espaço de tempo.
Acredito que minhas últimas
crônicas sobre a seleção sirvam para comprovar o que tenho descrito nesta era
Felipão. Aproveito para parabenizar o treinador pelo seu enorme potencial em
trazer a unidade a um elenco. Parece coisa fácil, ouço dizer e é muito comum,
que fulano é motivador, é incentivador, etc. Mas só que isso é muito pouco para
alcançar os números que Felipão já alcançou até agora. Parabenizo também a sua
postura na coletiva de imprensa, após o título, de pés no chão, ciência do
presente e noção de futuro do time e mais um golpe no complexo de vira-latas
que ainda existe no futebol brasileiro por parte de alguns e também no seu
povo. Isso ficou claro quando a certa altura o repórter inglês lhe perguntou se
aquela exibição da seleção e o título eram uma resposta aos incidentes e aos
ataques da população nas ruas. Seco e patriótico, Felipão foi taxativo.
Primeiro disse: “Esta não é minha área”. Fez-se um silêncio de alguns segundos
e parecia que ele não diria mais nada. Mas complementou lembrando ao repórter
inglês os incidentes que frequentemente ocorrem em seu país, como os anteriores
às Olimpíadas de Londres. E arrematou, ao estilo gaúcho e bem à brasileira:
“Você vem aqui falar mal do nosso país, do meu país? Olhe para os problemas do
seu país”. Essa franqueza e transparência dão uma vantagem muito grande a
Felipão. Quando prega que joga com o coração e dá valor a isso, seu trabalho
transmite clareza absoluta para qualquer grupo e justo por essa clareza, que
todo grupo se fecha com facilidade em torno do treinador.
Óbvio que divirjo em alguns
aspectos, de criação, como saída de bola, formação de meio-campo, alguns nomes
e outros detalhes, de sua ótica. Mas não há como negar as grandes qualidades de
Felipão e de antemão, de sua comissão técnica. Pois além de tudo, o grupo
parece muito bem fisicamente e psicologicamente.
Quanto à decisão em si,
respeito mútuo desde o primeiro minuto e após o último minuto. A Espanha sabe
muito bem com quem jogou. Na minha visão, a Espanha é o que tenho dito, uma
grande seleção, muito bem treinada e muito bem entrosada, com três ou quatro
valores individuais de alto nível. No entanto, o Brasil teve o grande mérito de jogar quanto esteve de posse da bola, o que muitas seleções que enfrentam a Espanha não fazem. Quanto a sorte, eu prefiro devolver o argumento deles. Acho que a Espanha também tem sorte, além de qualidade,
é claro. Ela teve sorte quando Casillas a salvou com uma defesa milagrosa na
decisão da Copa de 2010, contra a Holanda, num momento “X” do jogo. Teve sorte
contra a Itália, na Quinta-feira. E talvez tenha tido até mais do que nós hoje,
porque mesmo no lance em que David Luiz mostrou muita fibra e muita raça
salvando gol certo, já estávamos à frente no placar. E inegavelmente, as
maiores chances de gol e o time mais eficiente foi o Brasil. Portanto, sorte
meu amigo, até a seleção de 70 teve de ter. Vejo na Espanha uma grande seleção,
apenas isso. E vejo o Brasil tomando rumo. Acredito que a partir do que
adquirimos em tão pouco tempo, demos um passo gigantesco em realizar um sonho
de vencer a próxima Copa em casa.
Muitos nomes provavelmente
ainda serão trocados, em 12 meses muita coisa acontece. Faz parte do jogo. Mas
o espírito de competição, a seriedade, o toque de bola clássico mágico e até as
tabelinhas em alguns momentos, e o amor à camisa, eu acredito que já
recuperamos.
Que outras surpresas agora
nos façam os pintos que já saíram da casca do ovo, mas que ainda não viraram
galo de briga. Isso será bom para o elenco num todo e para quando chegar Junho
de 2014, o Brasil possa entrar em campo com uma equipe mais preparada para
vencer um dos maiores desafios de sua história e concretizar um desejo que está
entalado na garganta desde 1950.
Vamos ao trabalho, Brasil!
Todos, heim!
Abraços