Ufa, ufa! Hoje a seleção começou pacífica, mas o baderneiro
time do Uruguai tratou de depredar e vandalizar o jogo. Pra não fugir à regra de
assuntos que nós temos que aturar durante a transmissão de um jogo desses e que
já encheram o saco há muito tempo. Sorte nossa que hoje havia três cascudos em
campo. Os mais experientes, como: Julio César, Paulinho (que já é um jogador
experiente pelo próprio temperamento) e Fred, que nos salvaram.
Começamos com aquele pênalti idiota do David Luiz, que por
sinal não me surpreendeu. É só dar uma olhada nas minhas crônicas anteriores e
verão com quais jogadores eu não concordo nesta seleção. Acho que fazem sentido
minhas críticas à esta lista. Um David Luiz numa Copa do Mundo pode botar tudo a
perder. Como um Luiz Gustavo, um Oscar, um Marcelo etc. Mas estava lá um
cascudo, um goleiro que errou na Copa passada, justo no dia que a Seleção jogou
melhor. Fez uma defesa extraordinária, de futsal, de onde é oriundo, fazendo a
baliza parecer também uma baliza de futsal devido à dificuldade e o estilo da
defesa. Lembrando que quem bateu não foi um Zé Mané qualquer. Era a estrela
deles. Continuamos sem penetração, até que outro que já considero cascudo
enfiou um passe precioso para um domínio de bola de Neymar, que só os craques
sabem fazer naquele espaço curto. Abafada pelo goleiro na finalização, a bola
sobrou pra outro cascudo - esse então a bola adora - que com categoria e
inteligência, diferente da visão que os comentaristas atribuíram à sua finalização,
de “finalização feia”, mas que o importante era ter entrado. É isso que dá nunca
terem jogado bola. Fred bateu na bola do melhor jeito, principalmente por ela
estar no ar e com tanta gente à frente.
Mas, a defesa continuou seu espetáculo de erros infantis
como sempre. Nem descarregar por cima estão sabendo. Além de bater cabeça e não
ter meio estão aliviando o perigo por baixo e dando rebote. E lá se foi a vaca
caminhando pro brejo. Sorte nossa que Felipão, pra surpresa geral, num ato
corajoso e louvável, tirou outro da minha lista negra, o incrível Hulk, e
colocou o habilidoso e arisco Bernard, abrindo completamente a defesa do
Uruguai. O Brasil voltou a tomar conta do jogo, quando, num contra ataque, num
erro dos muitos que Daniel Alves tem cometido, o atacante Luis Suarez demorou a
conectar-se com Forlán, dando chance à recuperação de Daniel Alves. Comecei a
ver sinais de perda de força ofensiva no Uruguai. Eles começavam a abrir o
bico. Apesar da raça e do bom futebol da Celeste Olímpica, a seleção ia tomando
conta do jogo. E só errava em insistir em jogadas aéreas. Mas, justo numa delas
Paulinho subiu mais alto e, como novo cascudo da turma, jogador frio,
profissional e talentoso, colocou o Brasil na final.
Posso arriscar que vem aí a Espanha. A lógica esportiva diz
isso, mais ainda com a saída de Balotelli. Mas, não aposto um centavo nisso,
não. Bem, se vier de fato a Espanha, que o Brasil jogue o seu jogo. O jogo que
tem as raízes do futebol brasileiro, sem medo, que toca a bola pra fazer correr
atrás. Como a Espanha tem feito há algum tempo com extrema harmonia, precisão e
calma. Quanto a nós, ainda não temos o conjunto e a experiência do time deles,
mas temos o drible, a arte e a improvisação. Genialidade esta que eles ainda
não dominam. Por isso, se não forem de primeira e fizerem uma marcação por
zona, errando pouco e partindo pra jogadas individuais, domingo, camarada, não
tem favorito não. E podem esperar um bom jogo. As touradas ficaram pra trás.
Até lá!
Fernando Afonso
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