quarta-feira, 14 de agosto de 2013

BOM É O QUEIJO SUIÇO



Muitos brasileiros devem estar se perguntando a razão deste amistoso. Preparar a seleção, ué! É o início de uma nova jornada, um novo caminho. O futebol muda a cada momento. A performance dos jogadores se modifica de tempos em tempos. Não precisa ser contra a Inglaterra ou a Holanda, que, aliás, nem estão disponíveis. O ideal é contra um time assim mesmo. Bem fisicamente, limitado tecnicamente, mas que marca muito e tem vontade no jogo.

Perdemos de 1 x 0. Se o gol foi um acidente ou mais uma atitude de pura dispersão do Daniel Alves, coisa comum em seu futebol, não importa, perdemos. Fizemos uma péssima partida e não foi só por causa do preparo físico, não.  Aliás, Casagrande e Júnior, como ex-jogadores, creio terem percebido outras razões além das comentadas por eles durante a transmissão. As do Galvão, eu não levo muito em consideração, porque fazem parte do marketing e da locução dele. Mas acredito que no fundo, tanto Casagrande quanto Junior, principalmente o primeiro, não podem ficar cobrando apenas falta de finalização, o que virou jargão nos últimos vinte minutos. Parecia que tinham achado o defeito. A vergonha de finalizar e a não finalização, como disse Casagrande.

Ora, dá tristeza ouvir isso. O futebol brasileiro sempre finalizou pouco, a média e longa distância. Principalmente agora que não tem mais um Rivelino, um Nelinho ou Roberto Carlos. O problema está em conseguir achar espaço pra isso. Expliquem-me, sem penetração e sem drible, como você vai achar espaço pra finalizar? Iam jogar até de madrugada e não iam achar uma brecha pra finalizar. O problema é criar a brecha e a brecha se cria com movimentação, rapidez e o drible, o santo e brasileiro drible! Aquele que Lucas ainda está com vergonha de tentar. Prova é que o maior ausente neste processo é o drible, foram as duas únicas chegadas perigosas do segundo tempo, ambas com Neymar. Uma em dois dribles no meio campo que acabou numa pernada do beque suíço e gerou uma bola perigosa na área. E a outra, do próprio Neymar, numa tentativa pela esquerda que gerou um escanteio onde na sobra, Hernanes chutou com algum perigo.

Um craque em forma faz fila. Destrói sistemas defensivos, cava falta, desmoraliza, leva à expulsão, acha meios. Já o toque pro lado é cirandinha de preparo pra alçar bola de 50 metros ou mais na área adversária. Isso, não vejo nem no Aterro.  


Eu tenho fé que um dia irão redescobrir o drible. Irão ver que o nosso futebol sem o drible é morto. Ou, no máximo, igualzinho aos outros.

Aquele abraço

Fernando Afonso

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