Gente,
esse assunto é manchete todo ano em todo final de brasileirão. Mais ainda que
nos outros campeonatos. É papo de esquina, de jornal, de TV, de quem diz que
entende, de quem confessa que não entende, enfim, é a grande polêmica. Polêmica
que começou, principalmente, quando o futebol se profissionalizou, mas que de
20, 30 anos pra cá, devido à montanha de dinheiro que rola no futebol e a perda
de valores da sociedade em geral se acentuou bastante.
A
minha opinião se existe ou não o tal jabá, o acerto no futebol, é: ÀS VEZES.
Isso aí. Às vezes acontece. Essa minha opinião é antiga, já ouvi muita teoria
da conspiração e vários fatos ficaram famosos por causa dela no futebol. Meus
argumentos são os seguintes: em primeiro lugar, a vivência que tive dentro deste
esporte, convivendo com diversos jogadores. O que naturalmente me levou a
conhecer outras coisas, como também age quem está envolvido, mas fora das
quatro linhas. Já fui questionado algumas vezes com aquelas duas perguntas de
sempre: mas como pode haver arranjo? Os 22 jogadores combinam a mutreta? Ou
aquela pragmática: sim, mas cadê as provas?
É
respondendo a estas duas perguntas que exponho meus argumentos. Primeiro, pra
você “armar” um resultado não é preciso combinar com os 22. Se um jogador estiver
vendido ou na mão de alguém e, às vezes, o elenco nem sabe, ou o próprio juiz,
como já é até certo ponto comum, é o suficiente. Também nem sempre existe
dinheiro na jogada. Às vezes há comodismo e coleguismo, sim. Vai longe o tempo
em que, em vários jogos, você via aquele arranca rabo dentro de campo e que
durante a semana ou semanas, eram trocas de acusações verídicas de parte a
parte. Hoje este expediente nem em marketing cola mais. Os caras são amigos,
são empregados do empresário e não do clube. Se o feijão, pra não dizer outro
alimento mais nobre, estiver em jogo, aí a coisa muda de figura. Mas quando o
resultado não é necessário e algum jogador já foi até negociado, por exemplo,
várias coisas são passíveis e possíveis de acontecer. Sobre as provas, ora, pro
inferno com elas. Alguém aqui tem prova que a Argentina armou na Copa de 1978?
Alguém aqui tem prova de que o Brasil vendeu a copa pra Nike em 1998? Eu, por
exemplo, no segundo episódio, não creio. Acredito na versão oficial do meio,
onde Ronaldo teve um “piti”, uma crise nervosa poucas horas antes do jogo,
devido à carga emocional que carregava naquela Copa. O resto foi tudo o que foi
narrado pelo Zagallo e pela comissão técnica. O fato é que voltando ao estádio
da final, “Stade de France”, na França, Ronaldo comunicou que estaria se
sentindo melhor. Já medicado, inclusive. Você teria coragem de deixar de fora o
homem gol da seleção naquele momento? Complicado achar que todo mundo recebeu “algum” por fora da Nike, e que “algum”! E que ainda levará isso pro
caixão. Complicado e arriscado. E estamos falando de Copas do Mundo. A de 74
protagonizou um empate entre as duas Alemanhas, que segundo o próprio povo
alemão, foi um capítulo vergonhoso do futebol. Então por que é que não vai
acontecer no Brasileirão do Sr. Teixeira? Ops! Do Sr. Nabi! ihhh! To
escorregando na memória... do Marin, o homem que acusaram de levar a medalha lá
do rapaz! Evidente que muita coisa existe. Tanto pra meter a mão na taça quanto
meter a mão no ralo da segunda divisão do futebol brasileiro. A transação
existe tanto em cima quanto embaixo. Agora, quem são? Como são? Alguém agora
esta roubando alguém em algum lugar do Brasil. Alguém sabe aonde e tem provas?
O
escândalo do momento seria o do Vasco 2 x 1 Cruzeiro ontem no Maracanã. Após
clara leitura labial do jogador da foto aí acima. Sinceramente eu chego até a
pensar, pelo que realmente parece, ou seja, que ele disse e que se imaginou e
deduziu, o fez de propósito. Os caras sabem que tem câmera filmando até eles se
coçando mais intimamente. Qual é a do Júlio Baptista dizer para um zagueiro
como o Chris, uma ameaça maior ao Vasco que ao adversário: “faz logo outro”?
Será que o Julio achou que o Chris é porta voz de alguma coisa por ser capitão
ou desequilibra? Para com isso, né? A verdade é que a credibilidade no esporte,
particularmente no futebol, onde rola muita grana e muitos interesses, foi pro
brejo há muito tempo. E as empresas de marketing e poderosas emissoras e
anunciantes que investem bilhões, se esforçam ao máximo em passar a imagem de
lisura de uma competição que eles mesmos jamais deram o exemplo de honestidade.
Agora, muito cuidado para não generalizar. Nem tudo é o que parece. Não
confunda time vendido com time perdido. Nem cabeça de chave com cabeça de
bagre. Muita atenção e muita calma nessa hora.
Observação:
meu recado sem SMS ao Felipão: - “Não passa o cadeado na porta, você já não tem
um meio campo muito criativo, ou melhor, nem meio campo tem. Vale a pena você
esperar pelo Ganso, hein? Se houver campanha, aí é que você não chama. Só pelo
prazer de contrariar. Mas não tem espaço pra birrinhas e teimosia em se
tratando de uma Copa do Mundo no Brasil e de um jogador que parece estar
recuperando seu magnífico futebol”.
Quem
puder, dá uma olhadinha no tape do gol que não entrou da jogada antológica do
Ganso contra o Botafogo no empate de hoje no Morumbi. Você esquece por
momentos, rapidinho, o lado podre do futebol.
Uma bela semana a todos.
Fernando Afonso
Fernando Afonso