domingo, 3 de novembro de 2013

Futebol moderno ou à moda antiga?




E mais... você é Tricolor de coração?


Já perdi a conta de quantas vezes fiz este debate por aí. Meu Deus do Céu! Mas durante esta semana o assunto voltou às TVs e esquinas. Quando se comemorava, inclusive, o aniversário de vida de Mané Garrincha, li excelente crônica do Juca Kfouri parabenizando o demônio das pernas tortas. E confesso que li coisas que beiravam a paranóia.

Pra começar vou usar dois ícones do futebol, cada um em sua época. Logo que você abre o blog vê o primeiro à sua esquerda: Leônidas da Silva, década de 1930/1940; e no outro extremo: Ronaldo Nazário, 1990/2000. Podemos dizer que cada um foi bom em sua época, como muitos dizem. Mas simplesmente esta dedução não é clara. É obvio que foram. Mas o que querem dizer com isso? Querem dizer o de sempre: que o jogador do passado, um craque como Leônidas da Silva, não poderia jogar hoje, no presente.  Mas aí eu pergunto: e o Ronaldo poderia na época do Leônidas? Isto distingue claramente que você julga as qualidades e feitos de um jogador de futebol levando em conta ciência, tecnologia, estrutura de um clube de futebol etc. Meu amigo, Garrincha faria o que fez em qualquer época, em qualquer ano. Pois teria à sua disposição tudo o que Ronaldo, Romário e Messi têm ou tiveram.  Já certos jogadores que brilham hoje por conta deste aparato que inclui peso de bola, material esportivo, qualidade de campo, transporte, planejamento, programação e por aí vai, com certeza não brilhariam no passado. Só neste Campeonato Brasileiro vi como hoje no Fla x Flu  mais de dez jogadores diferentes perderem gols a um ou dois passos da linha de meta, com o gol vazio e a bola à feição.

Eu acredito que Ronaldo jogasse no passado, sim. Mas lhes garanto que não chegaria nem perto de onde chegou. Não teria as lesões que teve sendo tratadas como foram as de Mané Garrincha: na base da injeção no joelho. Fora outros detalhes, como aspectos financeiros. Comandar treino físico num Centro de Treinamento com variados equipamentos à sua disposição é bem diferente do que dirigir um treino físico num convés de um navio, como fez Paulo Amaral com o time do Botafogo em excursões mundo afora. Para o atentado se consumar vem aquelas conversas:
Messi x Neymar, Maradona x Pelé, Garrincha x Robinho, Fulano x Cicrano etc.

De repente tudo que se fez no passado não vale nada, pelo visto. Beethoven devia ser um curioso da música, assim como Vinicius de Moraes. Ayrton Senna daqui a alguns anos, será considerado superado, uma tartaruga.  Por isso, numa roda de boleiros, experientes ninguém admite comparações incluindo o nome de Pelé. Toda a geração dele já sabe que ele estava acima. Foi perfeito em todos os fundamentos.

Façam um favor ao futebol, já tão castigado, não confundam estrutura, suporte técnico e o que você vê hoje ao vivo e à cores, com os escassos tapes que te mostram do passado. Dois contra dois, lá na frente e zagueiro fazendo profundas feridas na cabeça dos atacantes, raramente você via. Eu asseguro que muitos só conseguem entrar em campo hoje porque o desconhecimento, o apadrinhamento, o marketing e todo um suporte esportivo, assim o permitem. Do contrário não sei dizer que papel teriam nos anos que você tinha que convencer através do seu futebol.


Flamengo 1 x 0 Fluminense

Uma pontinha de comentário sobre a hilariante e ao mesmo tempo deprimente semana que o Fluminense ofertou aos seus torcedores. Me refiro à novela Luxemburgo, o modo atual da Diretoria, a relação com o patrocinador e outras cenas amadorísticas. Vejo hoje a torcida do Fluminense, revoltada com a derrota para o time misto do Flamengo, cuspindo marimbondo, disparando em cima de Luxemburgo e tentando achar alguém pra Cristo.

Caro Tricolor: curto e grosso! Anote aí! O time não faz mais de dois gols em uma partida desde 02/06/2013. Não venceu nenhum dos 10 clássicos que disputou este ano. Seus dois melhores jogadores: Fred e Carlinhos estão afastados por graves lesões. Abel ainda estava no clube, não deveria ter sido demitido, mas o time já ia de mal a pior. Do meio campo pra frente as opções de Luxemburgo são as que vocês têm visto. Desnecessário nomes prodigiosos como, Caio Junior, fórmulas mágicas ou conjunturas do milagre, como em 2009. Aquele time queria. Este não parece querer. Vários jogadores em campo não demonstram empenho e não fecham um jogo como destaque isolado. Este é um dos maiores sintomas de que há “outros” problemas com o Fluminense. Apesar do ano político eleitoral, quem deve saber é o atual Presidente. Por menos que conheça futebol, com certeza sabe. Agora, pra confirmar os fatos que suspeito aqui, só ele criando coragem e vindo a público citar nomes. Será que ele virá?

Boa semana a todos!



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