domingo, 24 de novembro de 2013

JABÁ: EXISTE OU NÃO EXISTE?



Gente, esse assunto é manchete todo ano em todo final de brasileirão. Mais ainda que nos outros campeonatos. É papo de esquina, de jornal, de TV, de quem diz que entende, de quem confessa que não entende, enfim, é a grande polêmica. Polêmica que começou, principalmente, quando o futebol se profissionalizou, mas que de 20, 30 anos pra cá, devido à montanha de dinheiro que rola no futebol e a perda de valores da sociedade em geral se acentuou bastante.

A minha opinião se existe ou não o tal jabá, o acerto no futebol, é: ÀS VEZES. Isso aí. Às vezes acontece. Essa minha opinião é antiga, já ouvi muita teoria da conspiração e vários fatos ficaram famosos por causa dela no futebol. Meus argumentos são os seguintes: em primeiro lugar, a vivência que tive dentro deste esporte, convivendo com diversos jogadores. O que naturalmente me levou a conhecer outras coisas, como também age quem está envolvido, mas fora das quatro linhas. Já fui questionado algumas vezes com aquelas duas perguntas de sempre: mas como pode haver arranjo? Os 22 jogadores combinam a mutreta? Ou aquela pragmática: sim, mas cadê as provas?

É respondendo a estas duas perguntas que exponho meus argumentos. Primeiro, pra você “armar” um resultado não é preciso combinar com os 22. Se um jogador estiver vendido ou na mão de alguém e, às vezes, o elenco nem sabe, ou o próprio juiz, como já é até certo ponto comum, é o suficiente. Também nem sempre existe dinheiro na jogada. Às vezes há comodismo e coleguismo, sim. Vai longe o tempo em que, em vários jogos, você via aquele arranca rabo dentro de campo e que durante a semana ou semanas, eram trocas de acusações verídicas de parte a parte. Hoje este expediente nem em marketing cola mais. Os caras são amigos, são empregados do empresário e não do clube. Se o feijão, pra não dizer outro alimento mais nobre, estiver em jogo, aí a coisa muda de figura. Mas quando o resultado não é necessário e algum jogador já foi até negociado, por exemplo, várias coisas são passíveis e possíveis de acontecer. Sobre as provas, ora, pro inferno com elas. Alguém aqui tem prova que a Argentina armou na Copa de 1978? Alguém aqui tem prova de que o Brasil vendeu a copa pra Nike em 1998? Eu, por exemplo, no segundo episódio, não creio. Acredito na versão oficial do meio, onde Ronaldo teve um “piti”, uma crise nervosa poucas horas antes do jogo, devido à carga emocional que carregava naquela Copa. O resto foi tudo o que foi narrado pelo Zagallo e pela comissão técnica. O fato é que voltando ao estádio da final, “Stade de France”, na França, Ronaldo comunicou que estaria se sentindo melhor. Já medicado, inclusive. Você teria coragem de deixar de fora o homem gol da seleção naquele momento? Complicado achar que todo mundo recebeu “algum” por fora da Nike, e que “algum”! E que ainda levará isso pro caixão. Complicado e arriscado. E estamos falando de Copas do Mundo. A de 74 protagonizou um empate entre as duas Alemanhas, que segundo o próprio povo alemão, foi um capítulo vergonhoso do futebol. Então por que é que não vai acontecer no Brasileirão do Sr. Teixeira? Ops! Do Sr. Nabi! ihhh! To escorregando na memória... do Marin, o homem que acusaram de levar a medalha lá do rapaz! Evidente que muita coisa existe. Tanto pra meter a mão na taça quanto meter a mão no ralo da segunda divisão do futebol brasileiro. A transação existe tanto em cima quanto embaixo. Agora, quem são? Como são? Alguém agora esta roubando alguém em algum lugar do Brasil. Alguém sabe aonde e tem provas?

O escândalo do momento seria o do Vasco 2 x 1 Cruzeiro ontem no Maracanã. Após clara leitura labial do jogador da foto aí acima. Sinceramente eu chego até a pensar, pelo que realmente parece, ou seja, que ele disse e que se imaginou e deduziu, o fez de propósito. Os caras sabem que tem câmera filmando até eles se coçando mais intimamente. Qual é a do Júlio Baptista dizer para um zagueiro como o Chris, uma ameaça maior ao Vasco que ao adversário: “faz logo outro”? Será que o Julio achou que o Chris é porta voz de alguma coisa por ser capitão ou desequilibra? Para com isso, né? A verdade é que a credibilidade no esporte, particularmente no futebol, onde rola muita grana e muitos interesses, foi pro brejo há muito tempo. E as empresas de marketing e poderosas emissoras e anunciantes que investem bilhões, se esforçam ao máximo em passar a imagem de lisura de uma competição que eles mesmos jamais deram o exemplo de honestidade. Agora, muito cuidado para não generalizar. Nem tudo é o que parece. Não confunda time vendido com time perdido. Nem cabeça de chave com cabeça de bagre. Muita atenção e muita calma nessa hora.

Observação: meu recado sem SMS ao Felipão: - “Não passa o cadeado na porta, você já não tem um meio campo muito criativo, ou melhor, nem meio campo tem. Vale a pena você esperar pelo Ganso, hein? Se houver campanha, aí é que você não chama. Só pelo prazer de contrariar. Mas não tem espaço pra birrinhas e teimosia em se tratando de uma Copa do Mundo no Brasil e de um jogador que parece estar recuperando seu magnífico futebol”.

Quem puder, dá uma olhadinha no tape do gol que não entrou da jogada antológica do Ganso contra o Botafogo no empate de hoje no Morumbi. Você esquece por momentos, rapidinho, o lado podre do futebol.

Uma bela semana a todos.

Fernando Afonso

Nenhum comentário:

Postar um comentário