E 115 dias, como disse no comentário anterior em minha página, é um sopro em futebol. Quando você se der conta vai estar vendo a Claudia Leite e Pitbull no Itaquerão, inaugurando a Copa. Fez cara feia? Eu também. Mas, paciência, não fui eu que escolhi. Temos centenas, milhares de cenários, cantores, situações culturais infinitamente mais brasileiros e de bom gosto. Fazer o quê?
Ainda
há coisas piores, como apenas um amistoso marcado pela frente. Passamos por uma
entressafra e sem eliminatória. Esse grupo jogou muito pouco junto. O treinador
“ainda há pouco” era outro. É risco demais pra correr pra quem esperou 64 anos
para sediar uma Copa do Mundo. É risco demais e irresponsabilidade demais. Como
diria Mestre Didi: treino é treino, jogo é jogo. Felipão pode fazer um
amistoso, 30 coletivos, 50 treinos técnicos e táticos até a estreia que não vai
chegar nem na metade do conjunto que necessita. Tem dúvidas em várias posições,
sim. Muitos estão inexplicavelmente ali, convocados. Alguns, “explicavelmente”,
pois jogam fora do Brasil e essa mania é antiga.
Pra
piorar tudo, o problema agudo da linha de frente, da bola final, do homem gol.
Ano passado ele era Fred. Em junho, quem pode garantir? Não precisa pensar
muito pra deduzir que atacaremos mais que seremos atacados. Isso ocorre até em
Copas fora do Brasil. Nossas derrotas, principalmente as últimas, foram por não
conseguir romper o sistema defensivo do adversário. Todas elas com exceção da
final na França. E corremos esse risco no Brasil. Se o gol demora a sair, o
adversário sai na frente e não serão os laterais em alta velocidade, alçando
bola pros zagueiros que resolverão a parada. Há um processo em andamento,
segundo o que tomei conhecimento, visando a recuperação do Adriano. Sua lesão,
independente dos seus problemas particulares, foi muito séria, envolvendo o
tendão. Eu tenho muita esperança de que, recuperando a estabilidade na perna
lesada, o amor próprio deste jogador vá superar suas dificuldades pessoais. Ele
é uma boa pessoa e eu sei disso. Sem falar que cairia como uma luva na ausência
ou presença de Fred na seleção, pois é um jogador que não se deixa abater e tem
um poder de finalização incrível. Se o Hulk, que é titular absoluto do Felipão,
vier a se sacramentar como titular misturado aos garotos, teríamos talvez um
equilíbrio de técnica e força. Não é o ideal que imagino, mas talvez fosse a
solução diante da queda do nível mundial.
Estou
torcendo e muito pra que Adriano vire realidade.
Uma
pitadinha sobre o Estadual do Rio:
Segue
o Fluminense se ajeitando, devagarinho como eu falei, com destaque para o
gordinho genial, Walter, estufando as camisas tricolores e as balanças no
departamento médico. O que ele tem de sobra em relação à vontade parece faltar
ao Fred. Embora não esteja julgando por esse momento ou pelo pênalti perdido.
Passando
pelo clássico Flamengo x Vasco, vale a correção: de emocionante e eletrizante
só os picaretas de amarelo, vendo o que ninguém viu e não vendo o que todos
viram. Porque no campo, companheiro, é só correria e luta livre mesmo. Bom
futebol eles vão ficar devendo por muito tempo ainda. Que não confundam a luta
e a correria com a qualidade, que ficaram devendo. Quanto ao resultado, do
ponto de vista de jogo, foi justo. O Vasco se desgastou correndo demais no
primeiro tempo, se desgastou pelas reclamações pelo gol legítimo não assinalado
e não tem um homem de finalização. Já o Flamengo tem um excelente treinador,
está mais arrumado e com as substituições no final e a cabeça no lugar teve a
sorte que acompanha os que fazem bem feito.
Boa
semana a todos!
P.S.:
Sobre o primeiro gol do Flamengo fica a dica da semana passada: valorizem mais
a função de treinador de goleiros. Ela é mais importante do que vocês imaginam.
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