domingo, 23 de fevereiro de 2014

FUTEBOL AINDA É COISA SÉRIA

























Abrindo um espaço pro Estadual, já que tenho comentado pouco em virtude do próprio desinteresse em torno desta competição. Desinteresse compreensível, mas equivocado. Se o Estadual não pode ser como foi no passado, ao menos uma competição onde a rivalidade dê um colorido especial e uma motivação que traga lucro.

Mas, como disse outro dia, o problema já começa pelo horário e imposição da TV. 16:00 é uma burrice criminosa. Não há audiência que a justifique. Garanto a vocês que se tivesse começado às 17:00, horário nobre dos Estaduais no Rio, teríamos ao menos cerca de 7 mil a 10 mil pessoas a mais no estádio. Um Domingo desses, de sol e praia, e com o preço ridículo e absurdo dos ingressos, carioca não costuma pensar duas vezes.

Sobre o jogo, aí vai mais uma lição de que, por melhor que você seja, e por mais que seja o seu nome, futebol é coisa séria. Se você não correr, não se esforçar e não levar a sério, mesmo um time dito reserva, de garotos do Botafogo, se enche de brio, tesão e passa por cima de você. E assim foi nos 3 X 0 de hoje. Teria sido o resultado elástico demais? Não foi não. O Fluminense levou um banho tático, técnico e competitivo. A diferença de colocação dos dois times em campo era absurda. Os rebotes caíam sempre no pé de um botafoguense. Haja vista as chances claras de gol do lado tricolor, raras.

Pode ter entrado também em campo o fator salto alto por parte do Fluminense. Vindo de 7 vitórias, o time se vestiu, ou melhor, se fantasiou, como se já estivesse no Carnaval, com aquele uniforme que lembra os garis da Comlurb ou coletes florescentes de sinalização. Apesar de tudo, o Botafogo não tomou conhecimento e sentiu motivação extra para vencer o Fluminense. Principalmente tendo Fred como atração.

O jogo seguia equilibrado, até que Bruno resolveu cortar uma bola pensando que era Djalma Santos ou Carlos Alberto. O Botafogo não perdoou, 1 X 0. Como o time alvinegro voltou para marcar, coisa que fez com extrema perícia do primeiro ao último minuto, o Fluminense achava que era questão de tempo o empate e a virada. Eu não vi assim. Quando Conca manobrava, a torcida ainda tinha alguma esperança. Mas quando ele se via sem jogada, com os laterais do Fluminense presos na marcação, sem um parceiro de meio pra ajudá-lo na coordenação da criação, ou seja, levar essa bola à frente, com Rafael Sóbis e Fred parados, jogando de costas para o gol adversário, a perspectiva era a pior possível.

Como veio o 2º tempo e nada se alterou, Renato resolveu alterar. Mas errou. Se Walter tinha que entrar em lugar de alguém, esse alguém a sair seria Fred. Dois jogadores de mesmo estilo para furar um setor bloqueado? Talvez se Renato tivesse optado por Michael no lugar de Sóbis e Biro Biro ou Chiquinho no lugar de Diguinho, o time ganhasse maior movimentação. Mas o fato foi que o Botafogo continuou se impondo, não teve nada com o erro de Renato, sabia que Fred só lhe traria perigo se o deixassem solto e já no final, ainda se deu ao luxo de, após aplicar uma goleada, negar-se a levar gol de honra de pênalti de um centroavante que para todos os efeitos é o titular da seleção brasileira, mas que apesar de ser extremamente técnico e inteligente, não gosta muito de jogar futebol. E muito menos de se esforçar num calor de 40 graus.

Parabéns ao Botafogo, a disposição, o brilho em alguns momentos e a incrível força de marcação e distribuição em campo. Renato terá de repensar tanto a zaga (Elivelton e Gum são sofríveis), como o ataque, que “sem Fred” deve ser montado de forma diferente. Dispara o Flamengo de Rubens Lopes na liderança, time do presidente da FERJ, assim como o falecido o Americano era o do falecido Eduardo Viana, rumo a mais um título. Cedo ainda para apontar um favorito e pena que, provavelmente, o Botafogo não irá repetir a atuação de gala de hoje.



Uma boa semana a todos!

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