... Quem sabe nós, eu me
incluo como torcedor, sejamos os responsáveis pela fama de vocês, por suas
prováveis independências financeiras, por grande parte de suas consagrações e
conquistas, quando existem, no Brasil e no mundo? Somos aqueles que há muitos e
muitos anos entrávamos apertados nos ônibus, nos trens (muita gente pedindo dinheiro
emprestado), pagávamos naquele bilhetinho de papel impresso o que hoje talvez
corresponda a uns 5 ou 10 reais, no máximo, de entrada em uma arquibancada, ou
menos ainda em uma geral, espremidos, experimentando os sabores de emoções
máximas, debaixo de chuva, de sol, correndo riscos de toda sorte, brigando por
vocês, torcendo por vocês, chorando e rindo por vocês. Dando ao futebol a
expressão que ele ainda não tinha e a fama que faz com que hoje ele seja o
produto carro chefe do mercado brasileiro. Aquele que atrai milhões nas mídias
impressas e eletrônicas. O que propicia negócios e salários jamais condizentes
com o futebol que vocês demonstram em campo.
Muitos de nós demos a vocês
um destaque bem maior do que mereciam. Vimos vários jogadores superiores a
vocês morrerem de fome ou de outras doenças por falta de recursos financeiros.
Nenhum deles beijava escudo ou se recusava a jogar contra o ex-time quando
negociado. Nenhum deles se dava ao luxo de simular contusões. Nenhum deles se
dava ao luxo de desprezar uma convocação para a seleção brasileira. E uma vez
nela, faziam o possível e o impossível, mesmo diante de empecilhos que os
impedissem de mostrar seu bom futebol. Na saída dos estádios, ninguém precisava
virar carro de ninguém, porque nem todos tinham carro. E quando isso acontecia,
em desgraça com a massa, o ex-astro já estava com um pé fora do clube. Quem
sabe o caso do Flamengo, por exemplo, há meses, e/ou outras ocasiões,
pressionados pela agressividade de sua torcida e tamanho, não tenha evitado o
pior no destino do clube?
O apoio que a torcida do
Fluminense dá a você, Fred, e tem dado a vocês, jogadores, tem um crédito muito
superior ao que vocês dão em troca. Respeitar a torcida, em qualquer situação,
é mandamento número 1 de qualquer jogador de futebol. É evidente que ameaças
físicas e agressões são deploráveis. E, em alguns casos, injustas por parte de
torcedores que não vão com a cara deste ou daquele e só por isso, na covardia,
os agridem. Grupo batendo em uma pessoa só não é um grupo de homens, é um grupo
de moleques covardes. Só que eu estou falando de casos de exceção. Até porque
hoje em dia nas arquibancadas, representando facções de elite modeladas pelo
próprio clube Fluminense, é feio e deselegante vaiar o time. Nesse caso,
tratam-se de torcedores ventríloquos dos dirigentes e estranhos ao esporte. Não
fazem ideia de quantas vaias já deram títulos a seu clube, assim como os
aplausos e incentivos.
Vencer o Sport por 4 X 0 hoje
não significa absolutamente nada em matéria de caráter e responsabilidade
profissional. No meu modo de ver e julgar, o Fluminense fez corpo mole nos
últimos jogos. Com exceção de 2 ou 3, como Conca, este um caso à parte. E quem
faz corpo mole jogando num clube da tradição do Fluminense, ou qualquer outro
do mesmo porte, não pode ser considerado um profissional merecedor de respeito
por parte da crítica e da torcida. Volto a dizer, a vitória sobre o Sport só
prova que você, Fred, só busca bola quando quer, e que mais alguns, só se
empenham quando acham que devem, quando seu mentor, que é o próprio Fred, dá o
tom, ou quando os ventos da direção do clube apontam para o lado desejado.
Boa semana!
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