Atualmente, meus amigos, segundo informação do próprio ramo jornalístico, nem tanto. Vem caindo assustadoramente a audiência. E com ela, a reboque os lucros dos anunciantes. E ainda acrescento no reflexo da estrutura dos clubes brasileiros.
Um dos erros mais graves é o
excesso de jogos. Na busca da audiência, vale transformar Chapecoense X Goiás
num clássico cheio de emoções, na sua telinha, só pra você. Até certo ponto,
você vai empurrando, não é? Hoje uma transmissão tá pra lá de cansativa. Os
locutores se desdobrando para vender uma emoção que não existe. Repetindo
minuto a minuto que o time A ou o time B está indo pra tantos pontos, está
caindo ou está subindo. Isso às vezes com 10 minutos de jogo. Vale tudo.
Os marqueteiros há anos vêm
fazendo o trabalho de misturar a sala com crianças, mulheres, de variadas
formas na transmissão. Até o cachorro já estão empurrando pra frente da tela.
Mas sem qualidade, meu amigo, é feito aquele filme no cinema, você vai perdendo
o interesse. Essa história de que futebol é uma paixão que nunca vai acabar,
está me lembrando o samba, que graças a Deus não acabou, mas de tanto
bagunçarem e torná-lo uma festa dirigida excessivamente a turistas, o encanto
está indo pro vinagre. E da mesma forma, os argumentos, sejam financeiros ou de
qualquer outra origem atrativa, só se sustentam se você tem um bom espetáculo.
Chega ao limite, a meu ver, a
supervalorização do treinador, do jogador, do gerente de futebol e do próprio
nome do jogo. Não dá mais. Os caras dão o que têm, não adianta inventar um
Neymar a todo minuto. Só uma profunda transformação, começando pela mentalidade
vigente no futebol, pode refazer o que era bem feito e explicar o motivo da
técnica de um Luan, do Atlético-MG, por exemplo, em uma simples jogada
individual, poder modificar o panorama de uma partida aparentemente perdida.
Por outro lado, melhor pra
eles se um Fla x Flu no Maracanã tinha 80 mil e hoje tem 40 ou 30. Eles não
querem é filmar a arquibancada vazia. Por isso não intercedem e nem divulgam
como divulgavam o jogão do fim de semana com casa cheia. É um erro. Futebol sem
casa cheia, mesmo visto de casa, no conforto de seu lar, é outro papo. Com ou
sem violência no estádio.
Ponham na cabeça que aqui é o
Brasil. Enterrem o complexo de vira latas em alguma lixeira. Aqui não é NBA.
Aqui não tem calefação, capacidade pra 15, 20 mil, sanduíches de qualidade e de
bom preço. Nossa natureza é outra. País tropical, a galera gosta de ir pra rua.
Em ônibus apertado ou não. Viver aquela magia de um jogo de futebol. Ao vivo.
Jogo de corpo presente.
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