Quisera eu dizer que essas emoções se comparam as de
tempos atrás. Mas a qualidade era muito maior. Não existe menor comparação. Em
compensação, para aqueles que achavam e acham que o Estadual deve acabar,
melhor reverem seus conceitos.
Nos 4 cantos do Brasil, houve mais estádios lotados e
mais emoção que nas últimas finais de Brasileiros. Rio, São Paulo, Sul, Minas,
Bahia, Ceará etc. Não vi estádio vazio, nem clima de velório. Vi festa. Vi o
Santos de Pelé provar que a técnica é indispensável em qualquer época.
O toque de Robinho, ajeitando no primeiro gol, é uma
coisa divina. Aliás, vinha deitando e rolando desde o início do Paulistão. E
foi decisivo para o time da Vila Belmiro, que ainda contava com jogadores de
categoria como Ricardo Oliveira, Elano, Renato, e os novos talentos, que o
Santos tem tanta intimidade em revelar e o faz como ninguém no futebol
brasileiro.
Foi suado, foi nos pênaltis, mas valeu. E não desmereceu
a campanha e a atuação do Palmeiras, que continua no seu processo de
reconstrução e é questão de tempo romper vencer a abstinência e voltar a
colocar as mãos na taça novamente.
No Sul, também com casa cheia, o Inter, com muita
velocidade e disposição, foi mais decisivo e soube aproveitar os erros
constantes do meio e da zaga gremista. Em Minas, não foi por acaso que a
Caldense chegou às finais. O time de Poços de Caldas tem estrutura, sim, embora
simples, e bons jogadores. Esteve por momentos com a taça na mão, mas a
tradicional camisa do Galo pesou mais. E comandado pelo excelente Luan, o
Atlético ficou com a taça.
No Rio, palco das maiores polêmicas envolvendo o
Estadual, Vasco e Botafogo chegaram à final sem ter jogadores brilhantes. No
entanto, o título ficou em boas mãos pela melhor qualidade técnica do time de
São Januário. Ao menos 5 no elenco são bons jogadores. Bernardo, Marcinho,
Rodrigo, Dagoberto e o goleiro Martín Silva. Se não levam ao Vasco um time que
almeje maiores conquistas, ao menos, no caso do Estadual, justifica plenamente
seu título.
O Botafogo, lutando para se manter e superar suas
deficiências, em campo e extra campo, chegou ao limite. Erros como os que
cometeram Renê Simões, apesar do incentivo importante, pesaram. A demora em
substituir dando mais velocidade e objetividade ao time e a permissão que
Thiago Carleto fosse o maestro da equipe, não tem explicação. Chegar ao ponto
de levantar bolas ofensivas do campo defensivo é ridículo e humilhante. E ainda
contar com um central como Renan Fonseca, é duro.
Fora o outro erro que cometeram de avaliação ao demitirem
um preparador físico a duas semanas das finais. Independente o bom ou mau trabalho conduzido, que gênio da preparação física daria algum ganho
significativo em 10 dias de trabalho a um time exaurido e jogando sempre no
limite de suas forças? Um hotel de lazer talvez fosse mais negócio para o clube
de General Severiano.
Agora, julguem vocês. Quando chegarem às finais de
dezembro do Brasileiro deste ano, que começará semana que vem, gigantesco e
cansativo, como sempre, prestem atenção se vai terminar com estádios cheios nos
centros mais importantes do país e o campeão sendo conhecido nos últimos instantes
do campeonato, como aconteceu hoje.
Abração!
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