Vamos chegando à reta final, o momento que os antigos
chamavam de “a hora de a onça beber água”, no Campeonato Brasileiro 2015.
Marcado por alguns jogos emocionantes, mais pela luta e entrega dos times,
principalmente nos clássicos regionais, do que pela qualidade das partidas, vão
se definindo os favoritos ao título.
Até aqui minha aposta no Corinthians parece acertada. O
Atlético vem atrás, mas com menos força de chegada. E os demais se alternando,
como Grêmio, o São Paulo e o novo Flamengo, digamos assim, que há dois meses
brigava pra se afastar da zona de rebaixamento, e hoje começa a se consolidar
entre os 4 da Libertadores. O Corinthians, já havia dito, vinha montado e com o
elenco mais variado do campeonato. O Flamengo tinha a conta do chá e algumas
posições com muitas deficiências.
No caso do Flamengo, algumas boas contratações aliadas à
inteligência do técnico Oswaldo de Oliveira, que entendeu bem o que é Flamengo,
procurou não inventar, percebendo a vontade da sua torcida e puxando o grande
Jayme para o seu lado, conseguiram decolar o time da Gávea. O ex-treinador do
time é valorosíssimo para o clube e tem contribuído ativamente e visivelmente
com as decisões do treinador. Chegar ao título é outro papo. Acho bem mais
difícil.
O Fluminense, que frequentou por algum tempo o G4,
chegando à vice-liderança, despencou. Parte por culpa de seu treinador, que não
sabe fazer um time atacar. Contra o Inter, em Porto Alegre, já havia tirado
Ronaldinho, que era o único suporte ofensivo para ligar Wellington Paulista,
então substituto de Fred. Continuou fazendo seus estranhos testes, jogo a jogo
e em Curitiba chegou ao ápice da vergonha, pedindo ao time claramente para
recuar, com um não menos vergonhoso auxílio de Fred, já à beira do campo,
diante de um Coritiba sem nenhuma força ofensiva. Para ele um ponto era
vitória.
E ontem, além de ressuscitar um Sport há 10 jogos sem
vencer e absolutamente extenuado, conseguiu sair da primeira página da tabela
já quando escalou o time. Não deixaria Fred de fora, mas um jogador como ele,
voltando de lesão e sem condicionamento, exigia a presença de um Marcos Junior
rodeando-o e criando jogadas para servi-lo. Mas ele preferia fazer isso com
bolas alçadas, recuando Marcos Junior para o meio. E Fred, jogador difícil de
dirigir pela sua influência, nome e prestígio que adquiriu dentro do clube, não
teve uma só chance. Depois, naturalmente começam a entrar as peças ofensivas
pra tentar reverter o marcador, em um time jogando sem coesão e proposta de
jogo. Aliás, sem proposta de jogo há muito tempo.
Tanto no Fluminense, como em outros clubes, que estão ali
pelo meio da tabela, será difícil revigorar e renovar as forças. Usaram demais
os garotos da base. Alguns clubes por interesses comerciais, puramente. Outros,
por necessidade. Só esqueceram que a garotada salva o lado deles por 2, 3
meses. Depois, naturalmente caem física e tecnicamente. A camisa pesa e falta
experiência. É normal.
Enquanto isso vai o Vasco tentando agarrar uma boia e
submergir. Tomara que tenha sucesso. Mas o Vasco não tem time para sustentar
essa reação. E eu temo que os torcedores se iludam. Em todo caso, futebol é
futebol.
Fechando agora, com um elogio e uma crítica, a coluna de
hoje:
O elogio vai para Ricardo Gomes. O Excelente treinador
Ricardo Gomes e o grande caráter Ricardo Gomes mantendo o Botafogo a poucos
pontos de voltar à série A. Boa sorte ao Ricardo e ao Botafogo!
E a crítica, é a tal a confusão que citei na manchete. Refere-se
ao clássico Cruzeiro X Atlético. Infelizmente, não há o que dizer de tão
expressivo dentro de campo, mas fora dele. Mais uma vez, com a conivência das
autoridades policiais, houve pancadaria e tumulto com vítimas, algumas em
estado grave, na chegada ao estádio. Todos sabem como eles funcionam e o que
gostam de fazer. Mais ainda o que deve ser feito. Mas parece dar “muito
trabalho” enquadrar os marginais que insistem em se digladiar na chegada ou
saída dos estádios, criando uma violência doentia e persistente e afastando o
torcedor que ainda confia no seu time e o inclui no programa dos finais de
semana.
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