domingo, 5 de junho de 2016

UMA COPA AMÉRICA DIFERENTE
















Sem a presença de nossos representantes máximos, como Marco Polo Del Nero, pois se viajasse com a delegação para os Estados Unidos para o torneio seria preso e não voltaria mais ao Brasil, teve início dia 03 de junho uma Copa América diferente daquelas que o torcedor está acostumado. Refiro-me as tradicionais sul-americanas que tem um caráter aguerrido e de muito maior rivalidade. Menos festa, menos marketing e mais competitividade.

Mesmo sendo jogada nos Estados Unidos, onde já comentei que vem sendo feito um grande esforço para que o futebol, o “Soccer” deles, se consolide definitivamente, e os imigrantes dos países envolvidos prestigiem, os estádios não espelham ainda um interesse que a justifique. No caso dessa Copa América, especial por comemorar os 100 anos de sua existência, com a presença de seleções que habitualmente não participam dela, não existe segredo. Sem espetáculo, sem qualidade, você não reúne a massa. Você não atrai o interesse necessário. Fica restrito aos nomes como Brasil, Estados Unidos (este por ser o anfitrião), Uruguai, Argentina, Chile e México.

É impossível esconder do público mais inocente e cru esta realidade, onde se apresentam no gramado a baixíssima técnica e as pouquíssimas atrações. Vocês estão vendo. Isso somado ainda a uma inaptidão e resistência norte-americana ao esporte, que ainda existe em alto grau, redunda no que você tem visto na TV ou no local. Agora mesmo estou assistindo, com 42 minutos do 1º tempo, a Venezuela vencendo a Jamaica por 1 a 0, em um jogo paupérrimo, calcado pela força física como tônica. Equipes primárias, inocentes e atuando de forma mecânica, não empolgam. Em determinados momentos acontecem lances violentos por puro amadorismo, excesso de entrega e força física.

Sobre as demais seleções, como o Brasil, nenhuma novidade. A seleção comandada por Dunga segue burocrática e fiel ao posicionamento e desempenho de jogadores, como numa partida de futebol pebolim. Cada um no seu espaço, cumprindo sua função determinada, dentro da filosofia excessivamente pragmática de trabalho. Longe, muito longe, mesmo sem estrelas consagradas, do toque criativo e da jogada individual e mágica que caracterizavam o verdadeiro futebol brasileiro.

Jogadores como Renato Augusto, Philippe Coutinho e Willian, que considero de boa qualidade, exibem clara cerimônia ao atuarem. Jogam como se o mundo inteiro estivesse os avaliando naquele momento. Tenho absoluta certeza que com maior liberdade e diante da mesma marcação que sofrem e não superam, em condições informais, apresentariam um rendimento bem superior ao que vocês veem. Mesmo outros, de nível mais baixo, como Elias e Casemiro, por exemplo, se sairiam melhor.

Acabam sendo mal utilizados jogadores como Lucas Moura e Lucas Lima, que ao meu ver só não são titulares porque Dunga é preso ao próprio sistema criado em sua mente e não abre mão dele. O resultado foi o que vocês viram e que nenhum cronista esportivo deveria procurar justificar com muitas palavras e argumentos. Não existe argumento para o erro e a persistência nele. E o futebol brasileiro está sendo jogado errado, administrado de forma errada e planejado de forma pior ainda. Isso para não falar de quem o comanda.

Eu não sei aonde pensam que vão chegar. A proposta seria um nivelamento por baixo, mundialmente falando? Nesse caso teriam de combinar com outras seleções, que ao invés de insistirem no erro, procuram acertar e vem melhorando pouco a pouco no cenário internacional.

No aspecto nacional, em termos de Campeonato Brasileiro, a coisa não é muito diferente. O estádio só enche um pouquinho mais quando se levam jogos entre times tradicionais, que eram fortes no passado, para cidades onde eles ainda são atração. Onde a camisa deles ainda atrai parte do público e o estimula a comprar o ingresso. Porque a realidade é que este futebol brasileiro agoniza.


Uma boa semana!

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