Sem a presença de nossos representantes máximos, como
Marco Polo Del Nero, pois se viajasse com a delegação para os Estados Unidos
para o torneio seria preso e não voltaria mais ao Brasil, teve início dia 03 de
junho uma Copa América diferente daquelas que o torcedor está acostumado.
Refiro-me as tradicionais sul-americanas que tem um caráter aguerrido e de
muito maior rivalidade. Menos festa, menos marketing e mais competitividade.
Mesmo sendo jogada nos Estados Unidos, onde já comentei
que vem sendo feito um grande esforço para que o futebol, o “Soccer” deles, se
consolide definitivamente, e os imigrantes dos países envolvidos prestigiem, os
estádios não espelham ainda um interesse que a justifique. No caso dessa Copa
América, especial por comemorar os 100 anos de sua existência, com a presença
de seleções que habitualmente não participam dela, não existe segredo. Sem
espetáculo, sem qualidade, você não reúne a massa. Você não atrai o interesse
necessário. Fica restrito aos nomes como Brasil, Estados Unidos (este por ser o
anfitrião), Uruguai, Argentina, Chile e México.
É impossível esconder do público mais inocente e cru esta
realidade, onde se apresentam no gramado a baixíssima técnica e as pouquíssimas
atrações. Vocês estão vendo. Isso somado ainda a uma inaptidão e resistência
norte-americana ao esporte, que ainda existe em alto grau, redunda no que você
tem visto na TV ou no local. Agora mesmo estou assistindo, com 42 minutos do 1º
tempo, a Venezuela vencendo a Jamaica por 1 a 0, em um jogo paupérrimo, calcado
pela força física como tônica. Equipes primárias, inocentes e atuando de forma
mecânica, não empolgam. Em determinados momentos acontecem lances violentos por
puro amadorismo, excesso de entrega e força física.
Sobre as demais seleções, como o Brasil, nenhuma
novidade. A seleção comandada por Dunga segue burocrática e fiel ao
posicionamento e desempenho de jogadores, como numa partida de futebol pebolim.
Cada um no seu espaço, cumprindo sua função determinada, dentro da filosofia
excessivamente pragmática de trabalho. Longe, muito longe, mesmo sem estrelas
consagradas, do toque criativo e da jogada individual e mágica que caracterizavam
o verdadeiro futebol brasileiro.
Jogadores como Renato Augusto, Philippe Coutinho e
Willian, que considero de boa qualidade, exibem clara cerimônia ao atuarem.
Jogam como se o mundo inteiro estivesse os avaliando naquele momento. Tenho
absoluta certeza que com maior liberdade e diante da mesma marcação que sofrem
e não superam, em condições informais, apresentariam um rendimento bem superior
ao que vocês veem. Mesmo outros, de nível mais baixo, como Elias e Casemiro,
por exemplo, se sairiam melhor.
Acabam sendo mal utilizados jogadores como Lucas Moura e
Lucas Lima, que ao meu ver só não são titulares porque Dunga é preso ao próprio
sistema criado em sua mente e não abre mão dele. O resultado foi o que vocês
viram e que nenhum cronista esportivo deveria procurar justificar com muitas palavras
e argumentos. Não existe argumento para o erro e a persistência nele. E o
futebol brasileiro está sendo jogado errado, administrado de forma errada e
planejado de forma pior ainda. Isso para não falar de quem o comanda.
Eu não sei aonde pensam que vão chegar. A proposta seria
um nivelamento por baixo, mundialmente falando? Nesse caso teriam de combinar
com outras seleções, que ao invés de insistirem no erro, procuram acertar e vem
melhorando pouco a pouco no cenário internacional.
No aspecto nacional, em termos de Campeonato Brasileiro,
a coisa não é muito diferente. O estádio só enche um pouquinho mais quando se
levam jogos entre times tradicionais, que eram fortes no passado, para cidades
onde eles ainda são atração. Onde a camisa deles ainda atrai parte do público e
o estimula a comprar o ingresso. Porque a realidade é que este futebol
brasileiro agoniza.
Uma boa semana!
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