Felizmente, começando pelo Fla X Flu, não houve notícias
de brigas fora do estádio e muito menos dentro. E assaltos só ainda no preço
absurdo dos ingressos. Pois esta semana, embalados pelo momento nada pacífico
que vive o mundo, tivemos pancadaria pra todo gosto. Quando falta futebol...
No caso do Maracanã, houve alguma emoção, mas também
faltou futebol. Ainda bem que pararam com essa mania absurda de porcentagem pra
torcida A ou torcida B, tema de debate a semana inteira. O Maracanã, mesmo este
Maracanã fake que temos hoje, é do povo do Rio de Janeiro, do Brasil e do
mundo. É do futebol. Ele nasceu assim. Mas, como Ricardo Teixeira, com o apoio
da Globo, quebrou o tombamento do estádio (ambos estão soltos. Pode tudo neste
país desde que seja ilegal e imoral), um Fla X Flu decisivo no Maracanã não é
mais aquele espetáculo tão marcante.
Sobre a partida, a vitória de 1 X 0 do Flamengo acabou
sendo justa, premiada por um erro grotesco do zagueiro Renato Chaves, do Fluminense,
que devido a tal intensidade em excesso, colaborou, se afobando e desajeitado
tentando cortar uma bola vital, sendo ele último homem. O Flamengo já tinha
tido outras oportunidades que o goleiro Cavalieri, numa excelente partida,
havia evitado a abertura do placar.
No Fluminense apenas Orejuela se destacava, com passes
precisos e tentando equilibrar mais o ritmo. A equipe tricolor foi assim o
tempo todo. É um futebol de alta intensidade, me lembrando aquele filme “Alta
ansiedade”. Rapidez é necessário. Excesso é prejudicial. Entrar na defesa
adversária só em contra-ataques em alta velocidade propicia erros de passes a
todo momento. E a armação da jogada, também feita baseada na correria somente, ou
na bola em profundidade, idem. Até porque, como homem de finalização o Fluminense
só conta com Richarlisson, que joga na base da vontade e da força.
Do outro lado o Flamengo também errava passes por excesso
de intensidade. Um pouco menos que o Fluminense. Tanto que o seu time que
demora mais um pouco a se recompor quando perde a bola, de qualquer forma, por
tocar um pouquinho melhor a bola e hoje ter marcado um pouquinho melhor do que
nos últimos jogos, conseguiu mais chances reais de gol.
O segundo tempo parecia que ia levar o Fluminense ao
empate ou à virada. Mas o ritmo acabou caindo, como de hábito (ninguém é feito
pra correr mais de 90 minutos em máxima intensidade), e o jogo voltou a ficar
equilibrado. Até Abel mexer mal no time tirando Wellington Silva e quebrando
sua força ofensiva. Pra piorar, depois ainda fez entrar Pedro, jogador técnico,
mas muito estático, piorando a chance do empate, porque, ao contrário de
Richarlisson, Pedro é mais dependente ainda da criação do time, que é feita
apenas na intensidade. No último lance do jogo o goleiro Muralha, que vem há um
bom tempo em má fase, quase entrega o empate. Fim de jogo e domingo que vem conheceremos
o Campeão Estadual.
Em Campinas, SP, o Corinthians devolveu à Ponte Preta, o
placar que ela impusera no primeiro jogo ao Palmeiras. Um resultado justo
também. Os 3 X 0 obtidos num jogo onde também a intensidade se fez presente em
alta rotação fizeram valer o maior peso da camisa corintiana e uma variedade
melhor da qualidade dos seus jogadores. Tomar esse título do Corinthians, com
essa vantagem no jogo de volta, em sua casa, na Arena Corinthians, é uma tarefa
improvável. Mas, no futebol de hoje, mesmo aquilo que parece impossível pode
dar o ar da graça e deixar todos surpresos devido à irregularidade com que as
equipes se apresentam em campo e os efeitos nocivos de jogarem vários campeonatos
simultâneos.
Domingo que vem o desfecho, onde falarei também sobre as
decisões dos outros estados. Boa semana!
Nota: um feliz dia do trabalho amanhã para o trabalhador
e muitos anos de vida e de trabalho para comemorá-lo. Porque com as medidas
políticas sendo aprovadas, esqueçam a palavra aposentadoria e pensem na
longevidade.