domingo, 23 de abril de 2017

FINAIS DOS ESTADUAIS


Com certo alívio eu vejo chegarem as finais dos campeonatos regionais. Quem diria que há 30, 40 anos ia pensar isto hoje. Já citei diversas vezes aqui as causas que contribuíram para isso. E por incrível que pareça ainda espero uma solução, porque o futebol vive de realidade. E não é possível, usando como exemplo, que o torcedor do Flamengo tenha alguma rivalidade ao enfrentar a Ponte Preta; o do Fluminense ao enfrentar o Sport; o do São Paulo ao Botafogo... Não creio. Isso comparando o apelo do Campeonato Brasileiro ao Estadual.

Só faço uma ressalva aos estados que têm apenas 2 ou 3 clubes de alguma tradição e camisa e o restante é apenas coadjuvante. Mas também creio haver saída para isso. Não sei queixavam de prejuízo no passado. E em casos de estados fronteiriços você pode criar, por exemplo, um regional mais abrangente. Existe solução. O que não existe é vontade de fazer, principalmente por parte da TV, que manda no futebol brasileiro atualmente, e para ela, e não para o torcedor, comercialmente falando é desinteressante.

Tivemos a Ponte se credenciando para as finais com um time apenas razoável, mas de muita luta, superando um Palmeiras que parecia se arrastar. Jogava como aqueles elencos que querem derrubar o técnico. E francamente não duvido que essa seja uma das razões. Vem aí o Corinthians. Muito irregular. Mesmo assim eu ainda fico com a camisa do Corinthians na decisão. Não creio que a Ponte consiga repetir o feito anterior.

No Rio, hoje tivemos uma vitória do Flamengo, digamos já esperada. Embora, como o Botafogo, esteja na Libertadores, o Flamengo é mais forte, tem o melhor elenco, o melhor conjunto e não tem feito o esforço imenso que o Botafogo tem feito pra avançar na Libertadores. Mesmo assim tivemos um jogo feio, com excesso de erros de passes e a tônica dos cruzamentos nas áreas adversárias persistentes, como se este fosse o nosso futebol desde as raízes. O 2 X 1 me parece ter sido um resultado justo.

E agora o Flamengo encara um Fluminense que, a meu ver, com Scarpa em campo seria bem mais difícil. Mas mesmo com a ausência dele, a garotada tricolor com exceção de falhas rotineiras de posicionamento defensivo tem sido mortal, principalmente nos contra-ataques. E a cada jogo que se passa cresce o entrosamento e com ele o rendimento individual. A goleada ontem sobre o Vasco não precisa ilustrar o que estou dizendo, porque ela também se deu em função da fraqueza e desorganização do time de São Januário. Um time que joga tudo nas costas de Nenê. Aposto no Flu, como disse aqui quando se iniciou o Estadual. Acho que ele quer mais e se não abusar do excesso de cautela defensiva para mim é favorito.

Em Minas, o trivial de anos e anos, Cruzeiro X Atlético – MG, que fazem os inimigos dos estaduais sustentarem aquele argumento que mencionei acima: dois grandes times e o restante coadjuvante. Fico com o Galo. Mais inteiro, com Robinho infernal. Preocupa-me apenas a possível ausência de Fred no primeiro jogo da final, que a cada dia se aprimora mais na arte de finalizar com categoria e ter frieza pra isso. Se Fred não jogar talvez a rivalidade coloque Cruzeiro X Atlético em pé de igualdade em matéria de favoritismo. Só conferindo.

No Sul, o Inter, apesar de não ter encontrado ainda seu melhor futebol, chega a uma final que contraria a lógica, com a ausência do Grêmio, que resolveu fazer do jogo contra o Novo Hamburgo um drama que deve ter feito Renato lembrar do carma que lhe persegue da final da Libertadores de 2008. Sua falta de força ofensiva esbarrou na disposição defensiva e no aproveitamento da cidade origem do Novo Hamburgo nesta semifinal. Agora, contra o Inter, também não arrisco favorito. Mesmo a camisa vermelha sendo mais indicada para isso.

Que venham emoções e que a torcida saia satisfeita com o que verá. 

Nota: se eu não estiver delirando, começou uma onda de tornar o futebol, além de hilário e desacreditado, palco de picadeiro. Há dias o juiz "Índio" no jogo Flamengo X Vasco simulou num bailado uma agressão que não existiu. Em se tratando de juiz essa foi a primeira novidade que vi. Depois no primeiro jogo da Ponte com o Palmeiras um festival de encenações. Parecia que vários se candidatavam para um desses reality shows ou novela. Hoje foi a vez do técnico Antonio Carlos. Seu comportamento como jogador já era polêmico. E hoje, treinador do Inter, tendo como auxiliar Galeano, façam uma ideia... Que feio, Antonio Carlos! Que ridículo! Mal começou a carreira e não se deu conta de que não joga mais nas 4 linhas para simular agressões e praticar o antijogo. Lamentável e surreal. 

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