domingo, 2 de abril de 2017

NEYMAR EM ESTADO DE GRAÇA


Em minha opinião e creio que na de muitos, Neymar já é há um tempo o melhor jogador do mundo. Se me perguntarem quais os outros, vejo apenas quatro. Apesar da idade, Iniesta, e da fase de lesões e algumas atuações irregulares, Robben e Messi. Um voto de louvor também ao magnífico zagueiro alemão Hummels. Não sou de julgar um jogador apenas por um momento top que vive. Por isso incluo Robben e Messi.

Mas, voltando ao Neymar, o que teria acontecido com um jogador que há cerca de 2 anos jogava um futebol apagado, passando a maior parte do tempo no famoso “cai cai”? Muita gente acha que ele estava numa barca furada. Eu acrescento que além de furada, era podre. E vou insistir com a certeza de que essa verdade virá à tona. Por razões políticas e outras que desconheço além da incompetência absoluta a seleção brasileira não foi montada para vencer a Copa do Mundo de 2014.

A ideia pra mim não era essa e planejamento, equipes e ambientes não eram esses. Fora a mudança de comissão técnica já ao apagar das luzes, sem sentido algum. Trocar Mano Menezes por Felipão? Quais as vantagens? O próprio modelo de jogar (se é que aquilo era jogar futebol) foi mantido por Felipão. Mas quero dizer que tudo isso não justifica que nem Neymar e o próprio Fred, jogadores de um futebol diferenciado, afundassem junto com essa canoa. Jogador tem brio, tem reação. Tem que ter amor ao futebol e ao que faz. Ainda mais em uma Copa do Mundo e no Brasil. O Brasil deve milhões de perdões aos impropérios e críticas dirigidos a geração de 50. Em 50 tínhamos heróis em campo. Em 2014, caricaturas grosseiras fragilizadas.

Não digo isso porque perdemos de 7 a 1. Uma rápida olhadinha na campanha e o andamento dela, na ocasião, além da reação dos jogadores antes, durante e depois dos jogos refletem claramente o que digo. Que Neymar era uma das nossas esperanças, já sabíamos. Além de algumas substituições corretas e oportunas feitas por Tite e um time que disputa a bola com disposição incomum como vimos no jogo contra o Paraguai, também atuando ofensivamente com liberdade incomum, com tabelas eficientes e rápidas em tão pouco tempo, com destaque para a recomposição e agrupamento rápido quando se dá a perda da bola. Fica a pergunta: aprenderam isso em 2 anos? E Tite em 1 ano de trabalho conseguiu tempo para essa estruturação e melhoria?

Evidente que peço cautela em relação ao futuro deste time. Em pouco tempo se transformam gênios em boçais medíocres e o inverso. É muito cedo para endeusar este ou aquele. Mas volto a focar em Neymar. Não joga mais no “cai cai”, sua aparência voltou a se “abrasileirar” (parece que assumiu o seu look de berço bem nacional) e está jogando o fino da bola. Desequilibra várias partidas, como já estava desequilibrando no Barcelona. Sem fricotes. Sem excesso de choro, de manha, jogando como gente grande. Jogando parecido, às vezes, como jogava Garrincha. Não tenho dúvida que houve a intervenção de alguém ou outras pessoas. Bendito seja esse alguém, porque deve ter dito ao Neymar justamente o que ele necessitava ouvir. E agora o desafio “desta" ou "destas pessoas” é manterem o Neymar exatamente do jeito que ele necessita ser daqui por diante.

Boa semana!

Nenhum comentário:

Postar um comentário