domingo, 8 de outubro de 2017

ELIMINATÓRIAS COPA 2018: O DRAMA ARGENTINO


Como explicar um país bicampeão do mundo, que há tão pouco tempo, na Copa de 2014 no Brasil, fazia uma final com a Alemanha, se apresentando um pouco acima do adversário, tendo as melhores chances de gol e perdendo a conquista faltando 8 minutos para o fim da prorrogação, nessa situação em menos de 4 anos? Erraram além da conta. Não se planejaram. Não se percebe renovação alguma no futebol argentino. Financeiramente o comando de seu futebol vai mal das pernas, e a Messi-dependência segue como uma sina. Valores como Aguero e Higuaín sumiram das manchetes (um deles, Aguero, que já não vinha bem, vítima de um acidente automobilístico). Seu lateral esquerdo, Rojo, preterido, e a escolha do seu treinador para substituí-lo, a meu ver, não deu certo. Não importa que Sampaoli seja Argentino. Ele não consegue armar um bom sistema, usar uma boa escalação e passa muita intranquilidade ao time, como aconteceu no jogo de quinta-feira contra o Peru. O Chile era outra história. A Argentina não tem força de ataque. Segue a Messi-dependência, a luta aliada a qualidade excepcional de Mascherano e só. Uma zaga marcando errado. De baixo nível técnico e dois atacantes de frente que não honram a tradição ofensiva do futebol argentino.

Contra o Peru, Messi deixou os parceiros incontáveis vezes em condições de selar a vitória tão esperada. Abusaram de perder gols. Nitidamente por falta de condições técnicas e pelo peso da camisa. Nesse ponto começa o desespero de Messi, que até ele passa a errar por querer decidir tudo sozinho. O planejamento feito para o jogo com o Peru foi um desastre. A Argentina se apequenou ao levar o jogo para La Bambonera. Não é de incentivo que seu time precisa. É de lucidez. E o futebol bem jogado que sempre jogou. O trabalho de Sabella foi magnífico. Um treinador experiente e conhecedor do futebol argentino que esteve há poucos minutos de uma decisão por pênaltis que poderia lhe dar o tricampeonato. Ah, o Dí Maria. Ia esquecendo de outro grande jogador, que por seguidas lesões e outras fragilidades, não consegue uma sequência boa na seleção de seu país. Além de Sabella, lembro o nome de José Pekermann, que fez um dos melhores trabalhos de base, cerca de 15 anos atrás, no futebol argentino. Faltando uma rodada para acabarem as eliminatórias, a Argentina se vê em apuros. Vai para o jogo com o Equador no tudo ou nada. E, imaginem só, até acertarem esse time, competitivamente falando, muitos obstáculos ainda aparecerão, cobrando melhor performance do futebol argentino. E isso não se resolve do dia para a noite. Tampouco só nos pés de Messi.

SOBRE A SELEÇÃO BRASILEIRA

Soube essa semana que em menos de um ano o Brasil fará poucos amistosos, e que alguns países teriam até se recusado a jogar contra nós. Ocorre que o que mais me assusta não é esta perigosa pausa competitiva, é a mentalidade. Estamos fechando um ciclo de dois anos da Era Tite, onde predominaram adversários sul-americanos. Até a Copa, por mais que enfrentemos clubes de outras praças, com treinamento preparatório, melhoras a curto prazo, nem pensar. São utópicas. Outras escolas de futebol precisam ser testadas contra o nosso sistema de jogo e o nosso estilo. Não somente a sul-americana. E o calendário de Tite parece não prever isso.

Boa Semana!



Foto: ESPN 

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