Mateus Bruxel / Agência RBS |
Antes de falar do pior, vamos ao melhor, para o Cruzeiro ao menos, que foi a conquista da Copa do Brasil, torneio que, já repeti várias vezes, sou contra. É um clone do campeonato nacional. É político. E, no mínimo, o sucesso de um impede o do outro. Mesmo assim, não há como fugir da realidade.
Tivemos uma decisão entre Cruzeiro X Flamengo com 191
minutos de futebol nos dois jogos, no total, apontando um gol irregular do
Flamengo e um gol do Cruzeiro, em falha grotesca do goleiro, todos no primeiro
jogo. A final teve de ser decidida nos pênaltis. Situação que virou rotina em
nossos campeonatos. E apesar de normalmente decisão não ser um bom jogo,
tecnicamente falando, esse foi abaixo da crítica. Mas, para o clube mineiro e
sua torcida, o que importou foi a conquista.
A manchete da minha crônica pode ser contestada por
muitos por causa da performance da seleção brasileira, mas eu falo do futebol
jogado em nosso país. E no time de Tite poucos estão aqui. Pra citar alguns
exemplos da mediocridade das partidas, tomo como base o jogo de hoje entre
Grêmio X Fluminense. O time gaúcho que vinha fazendo grande campanha teve
dificuldade de conciliar a Libertadores com o Campeonato Brasileiro. Vem de um
excesso de jogos desgastante. Mas, a meu ver, Renato comete o erro de contar
como foco principal a Libertadores e não repara que o Brasileiro está dando
sopa e uma vaga pode ser logo ali.
Hoje, no jogo contra o Fluminense, começou trocou passes
certinho, rodando a bola rasteirinha, movimentando-se e criando em meio a um
amontoado perdido de camisas brancas chamado Fluminense. Teve a sua mercê várias
chances de gol. E, apesar de Cavalieri em sua volta estar atento e bem
colocado, as chances foram perdidas por absoluta incompetência. Não é falta de
pontaria, não. É falta de qualidade técnica. O fundamento de finalização dos
jogadores do Grêmio é ruim. Mesmo não contando com todo o time titular.
Por pouco a atual medíocre equipe do Fluminense não surpreende
a tudo e a todos e senão a ele mesmo e vence a partida. Mas era pedir demais a
um time de "inocentes guerreiros que estão tendo suas carreiras leiloadas",um time treinado com somente duas jogadas ofensivas, em apenas um jogador de características
de definição, que é Henrique Dourado, e, mesmo assim, tendo um futebol abaixo
do que é alardeado, embora seja o artilheiro. E Scarpa, com a precisão de seus
passes e chutes e sua entrega contagiante. O estádio do Grêmio não estava vazio
à toa. Uma equipe que a torcida já identificou empurrar com a barriga o torneio
e outra largando os pedaços pelo caminho e começando a preocupar seus milhões
de torcedores com mais uma luz vermelha acesa indicando possibilidade de
rebaixamento.
Em outras partidas como Botafogo 2 X 3 Vitória também se
viu um festival de passes de dois, três metros no pé do adversário,
finalizações grotescas e a qualidade técnica, em geral, sufocada por táticas
que nem existem. E a tendência é que isso venha a piorar porque entramos nos últimos
60 dias de competição e façam uma ideia e do estado físico de jogadores de
pouca qualidade técnica e ainda por cima desgastados. Vários jogos hoje foram
assim e, mais pra frente, também serão assim.
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