domingo, 1 de outubro de 2017

FUTEBOL BRASILEIRO NO REINO DA MEDIOCRIDADE

Mateus Bruxel / Agência RBS

Antes de falar do pior, vamos ao melhor, para o Cruzeiro ao menos, que foi a conquista da Copa do Brasil, torneio que, já repeti várias vezes, sou contra. É um clone do campeonato nacional. É político. E, no mínimo, o sucesso de um impede o do outro. Mesmo assim, não há como fugir da realidade.

Tivemos uma decisão entre Cruzeiro X Flamengo com 191 minutos de futebol nos dois jogos, no total, apontando um gol irregular do Flamengo e um gol do Cruzeiro, em falha grotesca do goleiro, todos no primeiro jogo. A final teve de ser decidida nos pênaltis. Situação que virou rotina em nossos campeonatos. E apesar de normalmente decisão não ser um bom jogo, tecnicamente falando, esse foi abaixo da crítica. Mas, para o clube mineiro e sua torcida, o que importou foi a conquista.

A manchete da minha crônica pode ser contestada por muitos por causa da performance da seleção brasileira, mas eu falo do futebol jogado em nosso país. E no time de Tite poucos estão aqui. Pra citar alguns exemplos da mediocridade das partidas, tomo como base o jogo de hoje entre Grêmio X Fluminense. O time gaúcho que vinha fazendo grande campanha teve dificuldade de conciliar a Libertadores com o Campeonato Brasileiro. Vem de um excesso de jogos desgastante. Mas, a meu ver, Renato comete o erro de contar como foco principal a Libertadores e não repara que o Brasileiro está dando sopa e uma vaga pode ser logo ali.

Hoje, no jogo contra o Fluminense, começou trocou passes certinho, rodando a bola rasteirinha, movimentando-se e criando em meio a um amontoado perdido de camisas brancas chamado Fluminense. Teve a sua mercê várias chances de gol. E, apesar de Cavalieri em sua volta estar atento e bem colocado, as chances foram perdidas por absoluta incompetência. Não é falta de pontaria, não. É falta de qualidade técnica. O fundamento de finalização dos jogadores do Grêmio é ruim. Mesmo não contando com todo o time titular.

Por pouco a atual medíocre equipe do Fluminense não surpreende a tudo e a todos e senão a ele mesmo e vence a partida. Mas era pedir demais a um time de "inocentes guerreiros que estão tendo suas carreiras leiloadas",um time treinado com somente duas jogadas ofensivas, em apenas um jogador de características de definição, que é Henrique Dourado, e, mesmo assim, tendo um futebol abaixo do que é alardeado, embora seja o artilheiro. E Scarpa, com a precisão de seus passes e chutes e sua entrega contagiante. O estádio do Grêmio não estava vazio à toa. Uma equipe que a torcida já identificou empurrar com a barriga o torneio e outra largando os pedaços pelo caminho e começando a preocupar seus milhões de torcedores com mais uma luz vermelha acesa indicando possibilidade de rebaixamento.

Em outras partidas como Botafogo 2 X 3 Vitória também se viu um festival de passes de dois, três metros no pé do adversário, finalizações grotescas e a qualidade técnica, em geral, sufocada por táticas que nem existem. E a tendência é que isso venha a piorar porque entramos nos últimos 60 dias de competição e façam uma ideia e do estado físico de jogadores de pouca qualidade técnica e ainda por cima desgastados. Vários jogos hoje foram assim e, mais pra frente, também serão assim.

Existem poucos profissionais qualificados que saibam treinar os fundamentos, melhorando o desempenho dos times. Não há tática que resista quando você tem várias equipes, centenas de jogadores, com deficiências de domínio de bola, cabeceio, passes e chutes. Infelizmente a realidade do futebol que estamos vendo é esta. “Parabéns” aos que tiraram a fruta verde da árvore ainda e aos que promoveram a entrada maciça de vários “profissionais” nos clubes que nunca tiveram a menor ligação com as quatro linhas e com a bola. A não ser espoliar você, torcedor, e seu clube. Espoliar o futebol brasileiro. Enriquecer às custas da mediocridade e da desonestidade da maioria dos que comandam os clubes brasileiros na atualidade.

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