Há décadas quando alguns jogos fizeram sucesso nos
Estados Unidos, no torneio bicentenário, em 1976, na contratação de astros do
futebol em vias de aposentadoria como Pelé, Carlos Alberto Torres, Beckenbauer
e outros, a maioria dos campos utilizados era de grama natural, embora os
craques tenham jogado também em grama sintética. É uma tradição dos EUA devido
ao futebol americano de origem.
Ocorre que esse futebol é totalmente diferente do futebol
praticado no mundo. É outro jogo. Até então esses eventos estavam limitados ao Estados Unidos e um ou outro campo no oriente médio. No Brasil eles vieram
ganhando espaço devido às dimensões dos campos oficiais de grama natural serem
atropeladas pela especulação imobiliária. Com a redução do espaço e sua
comercialização, a grama sintética se tornou uma opção para campos de 45, 60, 70 metros. Como existe atualmente
no Aterro do Flamengo-RJ, onde no passado era apenas terra batida.
A minha preocupação é que a FIFA começa lentamente a incluir
no cardápio de suas atrações nos estádios a grama sintética, oficializando-a. Cedendo a pressão de alguns países onde ela é mais conveniente. O
estádio chamado Arena da Baixada, do Atlético Paranaense, já é de grama
sintética. Quem teve oportunidade de jogar nos dois e teve experiência suficiente
neles, profissionalmente ou não, percebe que por mais avançada que seja a tecnologia
utilizada, mais barata seja a conservação e manutenção, a grama sintética não
se adapta e não se iguala nunca a um campo de grama natural.
Na grama sintética você está sujeito a atritos em quedas
que lhe rendem queimaduras, mesmo nos campos mais modernos. O quique é diferente.
O amortecimento dela é muito maior. A velocidade do jogo, ao correr da bola na
grama sintética, recebe um atrito maior. E o som do quique e do passe é
diferente. A bola sai com menos velocidade a partir do momento que você bate
nela. E o jogador se guia pelo som também. Sem falar em possíveis lesões de
articulações devido ao atrito a que me referi, pois ela trava muito mais o
corpo e os movimentos do jogador em campo. Em suma, a bola não ganha
velocidade. Perde. É amortecida.
Se essa “novidade” virar mania e tornar-se padrão vamos perder
muito. Não tenham dúvidas disto. Vida longa à grama natural sempre! Mesmo não estando
em seu melhor estado de conservação.
É isso aí!