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Por mais que eu me esforce, fica difícil passar para o
leitor uma definição exata, precisa, sobre o futebol brasileiro, seus times e
os campeonatos onde eles estão envolvidos. Vejo muitos erros primários na
elaboração do calendário, o que não é novidade, da integração com torneios
internacionais envolvendo a Conmebol, como a Libertadores, e própria Copa do
Brasil, que já me manifestei ser contra por várias razões.
A principal é que a Copa do Brasil é um campeonato
político, criado pelo Ricardo Teixeira com essa finalidade, mas que compete com
o Brasileiro. Mantém o curral de votos da CBF em dia e passa para o torcedor e
os clubes um viés de lucro ilusório, apimentado pelo engano de má fé de que a
Copa do Brasil é o caminho mais curto para a Libertadores. Teoricamente, sim.
Mas isso se você estiver disputando somente a Copa do Brasil.
Um dos exemplos da tamanha desorganização e falta de
profissionalismo ocorreu semana passada e vai ocorrer novamente. Assim como
Flamengo e Grêmio jogaram seguidamente há dias atrás. Acontece e o mesmo com
Flamengo e Cruzeiro, por dois jogos seguidos. São torneios diferentes? Sim. Há
uma coincidência nos encontros? Sim. Mas quantos jogos são adiados,
transferidos? Quantos times têm jogos a menos? Justo porque às vezes não têm
condições de dar conta de um, quanto mais de dois ou três campeonatos.
Desgastam o jogador, o povo, que por sua vez fica sem dinheiro suficiente para
dar conta dos caros ingressos das partidas (a maioria não valendo a metade do
que é cobrado), fora outros prejuízos, como gastos com transporte e sua
cervejinha.
O torcedor brasileiro tem sido heroico no calvário de
acompanhar seu time de coração. E os clubes colaboram para o maior sofrimento
aderindo às manobras do comando de futebol da CBF, como se não houvesse outra
alternativa. Como se, sem ela, CBF, viessem a sucumbir. Não é o que tenho
visto. Numa experiência rara, já há muitos anos, na polêmica nas finais que
disputaram Flamengo e Sport, uma pela Copa União e outra pelo Campeonato
Brasileiro, alguém tem dúvida de que a Copa União foi muito mais rentável,
divulgada e emocionante?
Ficamos naquele círculo vicioso. Os clubes rezam para que
suas bases revelem jogadores que sejam vendidos ainda na casca do ovo como
solução para manterem suas existências. Nesta estratégia infeliz vão se
acabando um Botafogo, um Vasco, um Fluminense, um Vitória-BA, um Atlético-PR e
só não cito Santos e Corinthians porque o primeiro passa por uma situação complicada,
mas tem tradição de um trabalho sério feito no clube que deve tirá-lo do sufoco
em breve, e o Corinthians porque mantém um bom superávit financeiro e a
credencial de sua imensa torcida para lhe garantir.
Podemos ter três campeonatos num ano desde que sejam
estudados, seus calendários não coincidam e os espaços respeitem o estado
físico dos jogadores? Sim. Mas isso acontecer é uma utopia. A ideia é sugar,
sugar... até a fonte secar. Como os comandantes do nosso futebol creem que ela
não vai secar nunca...
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