domingo, 9 de setembro de 2018

E O FUTEBOL BRASILEIRO TAMBÉM FOI À GUERRA



A exemplo do país e de um povo à beira de um colapso nervoso ao se aproximarem as eleições presidenciais, e ainda vivendo um golpe de estado de consequências nefastas, o futebol também é atingido pelo clima de ódio e desentendimento geral que esta situação traz ao país.

Foge à regra a Seleção de Tite, no aspecto do conflito, ao recomeçar seu trabalho para 2022. Por enquanto tudo são beijos e abraços e no âmbito esportivo é difícil dizer o ganho que Tite viu neste amistoso com os Estados Unidos, de cunho comercial e, provavelmente, verá contra El Salvador. Os Estados Unidos de uma equipe renovada e com potencial desanimador, de técnico novo, inclusive. 


Contra El Salvador também não existe nenhuma expectativa positiva. Nada diferente. A única percepção é a de que Tite talvez tenha lembrado agora que o futebol brasileiro é ofensivo por natureza. E saiu experimentando Douglas Costa com Firmino e Neymar. Quase usando um 4-3-3 bem à moda antiga. O gol de Firmino veio de uma jogada que é exemplo disso. O treinador sentiu que precisa fugir da dependência de Neymar e está, digamos, experimentando a fórmula de 3 atacantes. Vamos ver até quando. As tais vantajosas observações é que, por enquanto, ficam apenas na conversa mesmo.

Sobre o título da Coluna, fica claro ao assistir às últimas partidas do Campeonato Brasileiro. Violência dentro de campo, contra o adversário e contra a bola, e fora dele. Mesmo naqueles jogos de clubes como Internacional, Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro, que estão um pouco acima dos demais concorrentes. A pancadaria voltou a acontecer fora do estádio e dentro, algumas briguinhas domésticas sem muitas explicações. Os times mais abaixo na tabela protagonizam o pelotão de um verdadeiro atentado a um bom futebol. Assistindo há pouco Paraná x Santos, deu pena de ver tantas falhas bisonhas. Até pelo lado Santista.

No Maracanã o clássico carioca, triste clássico vovô de épocas passadas. Quem via Fluminense x Botafogo com um Botafogo com equipes do nível de Garrincha, Didi, Nilton Santos etc, e o Fluminense de Castilho, Píndaro, Valdo entre outros, já está se acostumando com Lindoso, Gustavo Buchecha, o goleiro Saulo, e Jadson, Everaldo, Richard entre outros pelo lado do Fluminense. E com estádio de público presente de jogo preliminar, como no passado. Público de pelada de várzea. Que não é pra menos. Chutões, furadas, gramado em péssimas condições, piorando mais ainda o nível técnico do jogo. Entradas ríspidas , de um violência sem sentido, e com a complacência dos juízes, como também tem acontecido em outros jogos. Nessa levou a melhor o tricolor por ter um time menos ruim, mais organizado e com a experiência de seu bom treinador e de sua dupla de zaga já acostumada a jogar junto. O próprio jogo do Flamengo, ontem, contra a Chapecoense, foi abaixo da crítica.

O nível técnico praticamente inexistiu nessa rodada. Como raramente tem aparecido desde que abriu o campeonato. Você conta nos dedos os jogos bons ou razoáveis entre os 24 já realizados pela maioria. Mas hoje eles se superaram. Em quase todos houve conflitos entre treinadores, massagistas, jogadores reservas, com direito a expulsões, ameaças de agressão e todo tipo de antijogo. É como disse acima: parece que os jogadores encarnaram o clima que interessa a alguns setores do país. Um clima de discórdia e bem fora da lei e longe da bola, como está o Brasil que já foi 5 vezes campeão do mundo. Durmam com esse barulho. 

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