domingo, 7 de abril de 2019

FINAIS DOS ESTADUAIS, FLA X FLU E O OCASO DO TRICOLOR CARIOCA


Chegando ao final os campeonatos regionais e com eles a tentativa de sair da nostalgia desses antigos torneios que eram mais organizados, emocionantes e lotavam cada metro quadrado dos estádios.

Começando por Minas, deu o trivial mineiro de sempre: Cruzeiro X Atlético. Os dois clubes seguem jogando um bom futebol, mesmo longe daquele que praticavam. Mas são disparados os melhores do Estado de Minas e, mais uma vez, a aposta é no Cruzeiro, por uma série de fatores financeiros, estruturais e futebolísticos, como um elenco mais bem equilibrado e com Fred, em razoável estado físico, voltando a decidir com a categoria de sempre. No Sul, o também de sempre Grêmio X Inter. Não faço ideia sobre em que clube recai a aposta. O Grêmio, apesar de um pouco melhor, vem caindo nitidamente de produção. E o Inter leva a rixa com o rival como incentivo maior na final.

Em São Paulo, o tricolor paulista acabou de desclassificar o Palmeiras, nos pênaltis. O jogo foi igual e o São Paulo passou para enfrentar Santos ou Corinthians na final. Destaque para os goleiros. O do São Paulo, pegou 2 pênaltis e, apesar de ter desperdiçado uma cobrança que bateu, ajudou a levar seu clube à final. Do outro lado, Fernando Prass, também pegou uma cobrança. Muitos clubes, como um Fluminense do RJ, por exemplo, não dão bola, para o experiente e excepcional goleiro do Palmeiras, que tive o prazer de indicar a um candidato à presidência do Fluminense em 2004, devido ao seu valor de mercado ser, provavelmente, baixo por conta da sua idade.

No Maracanã, desgastaram Fla X Flu’s até não poder mais. O jogo da semifinal foi o quarto em três meses. Sem comentários. O Fla passou num empate em cima de um erro do goleiro tricolor Rodolfo e fará a final com o Vasco, que acabou de derrotar o Bangu por 2 X 1, no Maracanã. Aproveitando a deixa anterior do goleiro tricolor, e, como comentei na manchete, o ocaso do clube das Laranjeiras, começo não responsabilizando Rodolfo pela queda do clube ao final da semifinal. Antes o problema do Fluminense fosse só goleiro. Mas a máxima se aplica de que todo grande time começa por um grande goleiro. E o goleiro tricolor não tem boa técnica. Se posicionou mal no chute de Gabriel e foi errado na bola, naturalmente.

Mas, como disse antes, os problemas são outros e muito mais graves. O clube tem um grupo de diretores-empresários que atua há muitos anos por trás dos panos sem a competência, por exemplo, de enxergar como seria extremamente útil um Fernando Prass para o Fluminense. Mas eles não pensam nisso. A ideia reinante é uma proteção que começou com um grupo de sócios de nome ‘Flusócio’, ligados a esses diretores-empresários que citei, que tomou o futebol do Fluminense das divisões de base e do profissional definitivamente para si no início da administração anterior. Antes suas ações eram esporádicas. Mas, influenciavam. Várias revelações foram infladas muito acima do talento que possuíam com objetivo claramente comercial. Jamais técnico, jamais coletivo, jamais profissional. O Fluminense Futebol Clube, de quase 117 anos de existência, é hoje uma quitanda, uma feira-livre de venda de jogadores. Mais que muitos clubes que têm sistema parecido.

Diretores-empresários, oriundos de áreas estranhas ao esporte, ao futebol, sem experiência, sem vivência, sem contato com o mundo da bola. Valem-se de suas espúrias ligações que chegam à CBF e a empresários estrangeiros e a complacência e cumplicidade de simples sócios ou outros empresários e torcedores que desconhecem, por má fé ou inocência, que são nocivos ao clube e o estão destruindo. Ao contrário do que pensam, não é a figura fantoche desse grupo, o presidente do clube, que é o único responsável pelo estado em que se encontra o punhado de jogadores que formam a tentativa de time de qualidade e competição que sempre foi a tradição do Fluminense em toda sua história.

Uma boa semana a todos! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário