Deixando pra falar do meu favorito mais adiante, eu creio
que o torcedor não deve esperar muitas novidades em termos táticos, em novas
estratégias. Há sempre uma esperança de novos valores surgirem e nos
surpreenderem. Mas a realidade aponta para outro lado. Os poucos valores que
existem na América do Sul no momento jogam foram dela. E é sempre bom lembrar
que por razões culturais, tradicionais e econômicas a Copa América nunca teve o
mesmo apelo e a mesma importância mundial que Eurocopa.
Se o torcedor brasileiro, chileno ou argentino puxar pela
memória vai ter dificuldade em encontrar uma Copa América que tenha encantado
em cheio a todos. Há uma característica também de uma rivalidade que vai além
das quatro linhas. Em alguns casos, o torneio vira uma batalha, uma
guerra. Por isso sempre defendi a presença
de árbitros europeus nessa competição. Há um envolvimento muito forte dos
juízes do continente sul-americano com os países que jogam a competição. Tanto
na parte disciplinar, como técnica, a arbitragem sempre vira polêmica.
Sobre os países e suas equipes, a que mais me chama a
atenção é a Argentina. Mais por razões de qualidade do que de favorita, a
seleção comandada por Lionel Scaloni tenta se encontrar. Após a Copa de 2014 o futebol
da seleção argentina vem numa queda muito grande. E não houve um trabalho de
renovação que tenha dado às caras por enquanto. O futebol argentino ainda não
encontrou seu melhor jogo. Está muito longe dele.
E muito diferente pode ser o Uruguai, com a limitação de
sua força a Suarez e Cavani, e isso já há algum tempo. A diferença entre os
dois países é que o futebol uruguaio está acima no momento do argentino e o
país se transforma normalmente quando disputa esse torneio. Mas também vejo uma
queda acentuada no futebol uruguaio.
Como não é diferente o chileno, que há menos de 5 anos
tinha montado uma seleção forte e competitiva, com alguns bons valores
individuais como Vidal, Sanchez, Vargas, entre outros. E a Colômbia de James
Rodriguez, que teve uma participação razoável na última Copa da Rússia, irá
conseguir o mesmo conjunto e as fortes variações ofensivas que teve na Copa de
2014, onde foi mais eficaz? As demais seleções para mim são zebras. Podem ter
melhorado aqui ou ali, piorado nisso ou naquilo, mas as defino como zebras.
Falta tradição, desenvolvimento de jogo e de um trabalho mais bem estruturado.
Chegando ao Brasil, que considero o favorito, mais pelo
fato de jogar em casa e de ter uma qualidade técnica, no momento, ligeiramente
acima dos demais. Estrelas mesmo são Coutinho e Neymar. No mais, temos um
excelente goleiro, um meia razoável, Paquetá, um centroavante de força,
Richarlisson, e um atacante de alta velocidade, como Everton. Na parte
defensiva, uma zaga bem aquém da que o Brasil já apresentou e convocações equivocadas,
como de hábito.
Tite esqueceu Lucas, esqueceu Everton Ribeiro, do
Flamengo (pra mim no momento o melhor meia do mundo), abriu mão de Dedé, enfim,
Tite não quis olhar, como sempre faz e fazem os treinadores da seleção
brasileira, com bons olhos para os jogadores que atuam no Brasil. Os motivos
que levam a isso são razões obscuras que prefiro não comentar. Prefiro dizer
mesmo que continuo achando que nem esse time está à altura da camisa da seleção
brasileira e nem Tite de conduzi-lo. O tempo vai tirar essa dúvida.
Uma boa semana a todos!
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