segunda-feira, 30 de setembro de 2019

A DANÇA DAS CADEIRAS DOS TÉCNICOS


Os últimos dias no futebol brasileiro, em especial, foram marcados pelo entra e sai de treinadores. Não se trata de nenhuma novidade no nosso futebol. Muitas vezes certos ou errados, os clubes usam essa prática que já se tornou comum como solução ou política com os torcedores, ou, ao julgamento deles, para resolver o problema de rendimento de uma equipe. A grande questão é a escolha. Os parâmetros e o conhecimento de quem escolhe quase sempre são sofríveis. Dirigentes sem nenhum conhecimento das quatro linhas e conceitos desprovidos de planejamento, sem obedecer às normas do futebol.

Tivemos a saída de Felipão do Palmeiras e a entrada de Mano Menezes. De início, houve uma melhora. Felipão parecia desgastado com seu elenco e a perda da liderança afetou ainda mais. Mano deixou o Cruzeiro, e, como disse, assumiu o Palmeiras, depois de perder um caminhão de jogos e ver seu time afundar. Foi substituído por Rogério Ceni, que já foi “demitido” pelos próprios jogadores do Cruzeiro, que optou por Abel, que havia afirmado ao Fluminense que não aceitaria o convite porque pensava em descansar. Isso até ter conhecimento do valor da proposta do time Mineiro. Rapidamente o técnico mudou de ideia.

Rogério Ceni, como disse, boicotado ou não pelos jogadores do Cruzeiro, foi readmitido com honras de Estado pelo Fortaleza. Numa atitude, a meu ver, de pouca autovalorização da equipe nordestina. Os parâmetros para tê-lo de volta foram regionais e não técnicos, diminuindo a importância do clube, que, por sua vez, desprezou e desvalorizou o trabalho do então contratado Zé Ricardo. Talvez a diretoria do Fortaleza aprenda com o que deve vir por aí, que em futebol as coisas não se repetem com precisão.

O Fluminense dispensou Oswaldo, quando nunca deveria tê-lo admitido, substituindo Fernando Diniz, que foi chamado para acertar o São Paulo. Oswaldo parecia que trabalhava de graça, não mostrando nenhuma solução a um clube em apuros na tabela, se envolvendo em problemas com o meia Ganso, além de mandar gestos pouco educados para os torcedores. Marcão, que deveria ter ficado anteriormente, reassumiu. Se o Fluminense não fizer nenhuma bobagem, achando que o pedigree e o nome dos treinadores são mais importantes que seu passado no futebol e seu conhecimento técnico, Marcão tem boas chances de colocar o Flu nos eixos, o que parece já estar acontecendo. Será, inclusive, uma vitória contra o preconceito, pois, inexplicavelmente, o futebol brasileiro raramente reúne treinadores negros dirigindo suas equipes.

Nas próximas rodadas teremos uma ideia do que deu certo ou não. Mas, uma coisa é certa: o critério de escolha dos treinadores brasileiros é furado. Raramente tem algum requisito técnico e profissional presente na opção por este ou aquele nome.

Abraços!

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