domingo, 22 de setembro de 2019

FANTASMA DO REBAIXAMENTO JÁ RONDA TIMES GRANDES


O recado é pra você, Cruzeiro, Vasco da Gama, mas, principalmente, para o Fluminense. Neste sentido, existe uma conta de débito esportivo já histórica com o tricolor das Laranjeiras. Em uma das últimas parcelas dessa dívida, um dos protagonistas principais foi você mesmo, Mário Bittencourt, hoje Presidente do Fluminense Futebol Clube.

Em 2013, como advogado, você conseguiu junto ao STJD um caminho anti-esportivo para livrar o time da série B. Não vou entrar em maiores detalhes, mas o que aconteceu entre Fluminense, Portuguesa e Flamengo, envolvendo a própria Unimed e o atual vice-Presidente, Celso Barros, me deixou, como esportista, envergonhado.

E é muito triste que haja uma grande parte de torcedores que apoie esse tipo de manobra, sem perceber que seu clube vai ficando “mal na fita”. Vai perdendo popularidade, moral, simpatia, mais ainda quando se trata de um clube de 117 anos de existência e que já sofrera problemas dessa ordem nos anos 90, passando por situações humilhantes e vexaminosas. Não sou eu que digo, a história registrou.

Dos três clubes que mencionei, o Cruzeiro tem um elenco bem melhor que o do Fluminense, mas passa por turbulência política interna que vem afetando o desempenho da equipe há mais de 3 meses. E o Vasco, apesar do excelente treinador que tem, tenta tirar água de pedra, com um elenco igual ou pior que o do Fluminense.

Voltando ao tricolor, já disse aqui que vi torcedores lamentando a saída de Fernando Diniz, no mês passado. Eu acompanhei o trabalho dele desde o início até sua demissão e não faltam críticas a seu modelo de jogo e muitas vezes à escalação escolhida. Nenhum time, Barcelona, Real Madrid ou Liverpool, joga para trás hoje no mundo. Muito menos se não tiverem defensores de qualidade técnica, saída de bola de harmonia e timming e homens objetivos, rápidos e eficientes na frente. Diniz insistiu nisso e 90% da agonia atual vem das ideias dele.

Entretanto, sua substituição, que era um momento chave (não poderia haver escolha errada, mesmo sem verba para voos mais altos), foi ruim também. Oswaldo de Oliveira não tem o perfil e a visão de futebol que o clube precisa. Já disse aqui que com Harvard, sem Harvard, com PHD ou não, o treinador estava lá. Foi aquele que foi a São Paulo e fez, ao meu ver, o melhor dos últimos 10 jogos do clube, jogando contra o Corinthians, em seus domínios, consciente, competitivo e travando o adversário. É o suficiente? Evidente que não. Ninguém vive de pouco assim. Mas Marcão é boleiro, jogou lá, estava lá e é muito querido e experiente. Não havia razões para não seguir com ele. A não ser as que lamentavelmente suspeito.

Hoje, no Serra Dourada, o Fluminense enfrentou um Goiás de jogadores de média de idade baixa, bem dirigidos pelo excelente treinador Ney Franco, e que foi para o jogo com uma estratégia pronta, ao contrário do Fluminense, que toca 30, 40 passes e no limiar da grande área tenta romper uma parede defensiva como num passe de mágica, usando raio-x, sem variedade de jogadas, sem qualidade técnica do lateral escolhido para o lugar de Igor Julião, sem jogadas agudas de linha de fundo, sem o toque individual, com as joias de Xerém omissas e desligadas, com um Ganso que chega a dar depressão ao ver andar em campo, com uma zaga sem sintonia, sem projeto, sem linha de marcação.

O 3 a 0 pode ter parecido muito, mas foi, sim, de bom tamanho. Não foi maior o resultado porque o projeto de jogo do Goiás era aquele, de contra-ataque. E qualquer time hoje do futebol brasileiro, mesmo fraco, que tenha pelo menos um bom preparo físico, se jogar na defesa, marcar bem e sair nos contra-ataques, pode não vencer, mas não perde do Fluminense de modo algum.

Ou a direção do clube age imediatamente ou o caminho da série B - nem nos tribunais dessa vez - será evitado.

Uma boa semana!

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