domingo, 25 de outubro de 2015

CORINTHIANS X FLAMENGO: MAIS DE 70 MILHÕES JOGANDO JUNTO


MAURO HORITA/AGIF/GAZETA PRESS
















É isso aí. Somando a estimativa das torcidas, as duas maiores do Brasil, e talvez umas das cinco do planeta, fora os expectadores das outras, olhos voltados para a Arena Corinthians assistindo ao Timão a poucos metros de um título e um Flamengo lutando para se manter com chance de jogar a Libertadores.

Apesar de ter tido algum problema no início, o Corinthians já se adaptou à Arena e a casa já é bem usada pelo clube. Principalmente quando o time se encontra em boa fase, com conjunto e bom elenco. Eu disse aqui nas primeiras rodadas que o Corinthians era o favorito ao título. Principalmente por ter o melhor elenco. Agora ele tem o melhor elenco e o melhor conjunto. O exemplo disso ficou mais claro no primeiro tempo. O Flamengo lutava para segurar um Corinthians de grande intensidade, mais recheado de jogadas e melhor qualidade técnica.

O domínio não foi amplo. O Flamengo chegou a ter algumas chances, mas lhe faltaram categoria e inspiração pra definir. Já ao Corinthians também faltava. Aliás, eu chamo a atenção para dois detalhes que eu considero os mais importantes. Não é possível na alta velocidade jogada pelo Corinthians, e o próprio Flamengo, finalizar ou chegar ao último passe com consciência, lucidez e técnica. Essa é a razão dos muitos erros de passe e finalização.

Os dois últimos campeões do mundo, Alemanha e Espanha, provam isso. A velocidade ainda é confundida com rapidez. E quando passa de certo ritmo impossibilita o jogador de criar. Portanto, o jogador tem que saber fazer o ritmo. Tem que saber dominar, tem que saber esconder do adversário. Tem que usar a técnica. Porque se o adversário souber marcar, se fechar corretamente, coisa que o Flamengo não sabe fazer, vai esbarrar na marcação adversária.

E aí, emendo no segundo aspecto. Provavelmente assistindo ao primeiro gol do Corinthians, os comentaristas se rasgarão em elogios ao esquema de Tite. Mas ele não vai mudar o futebol brasileiro com esse esquema. Não estou negando as qualidades do treinador corintiano. Tem seriedade, comando e sabe armar um time. Mas a diferença da qualidade do elenco de sua equipe para os demais é bem visível. Foi assim com Luxemburgo, Muricy e todos que dirigiram os times de ponta do Brasileiro.

Eu repito, no primeiro gol, observe claramente que a triangulação veloz entre Renato Augusto, Elias e Jadson e a má colocação do sistema defensivo do Flamengo propiciaram a troca de passes que achou três jogadores do Corinthians chegando à área contra dois do Flamengo, servindo um Vagner Love em condições de dominar com tranquilidade, usando sua frieza, e finalizar no contrapé de Paulo Victor.

Um time bem armado não vai ceder esse espaço. A partir do meio campo, o Corinthians ou a seleção, se amanhã lá Tite estiver, o que tenho pressentido há algum tempo, não conseguirão impor esse ritmo os 90 minutos e tampouco achar esses espaços apenas trocando passes e se movimentando em velocidade.  Falta o “olho”. Falta a categoria, o lampejo da cintura do futebol brasileiro. Lampejo que os não menos modernos Messi e Neymar usam para destruir esse tipo de esquema usado por Tite e por outros, tido como revolucionário.

É como já ouvi dizer: você pode superar com mais facilidade um “4-3-2-1” do que a boa técnica de 4 ou 5 jogadores. Porém, se o outro time jogar como o Flamengo, sem qualidade técnica, sem meio campo e jogadores diferenciados, como tem o Corinthians em Renato Augusto e Jadson e o próprio Love, no trabalho de área, o placar não traduzirá seu domínio.

É bom destacar que, fugindo ao seu estilo tradicional, o Flamengo tem 4 ou 5 jogadores limitadíssimos. Revelados para marcar, correr e não deixar jogar. Tipo o Jonas, que com a entrada desleal que deu em Renato Augusto, reduziu as chances de reação rubro-negra. Fosse em qualquer lugar, o Corinthians seria superior em campo. O Flamengo está longe de ter uma boa equipe. Cheio de jogadores jovens, fracos e inexperientes. Verdadeiras apostas. Se não fosse a arrancada de motivação na chegada de Oswaldo, com certeza estaria brigando mais atrás.

Em que pese tudo isso, com quase todo o segundo tempo com um jogador a mais, o Corinthians diminuiu o ritmo muito cedo. O recuo da equipe, mesmo que previsto, podia lhe complicar. Mesmo sabendo que havia apenas um homem lutando contra um batalhão de camisas brancas, chamado Guerrero. Em todo o caso, quem quiser achar que esse título foge do Parque São Jorge, fique à vontade. Eu duvido. Para mim o Corinthians é o virtual Campeão Brasileiro de 2015.

Boa semana!

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