domingo, 26 de março de 2017

A SELEÇÃO BRASILEIRA ESTÁ PRONTA?


Evidente que não. Melhorou? Claro que sim. E essa melhora denuncia com toda a clareza que algo de muito podre, que não fora somente incompetência e erros sistemáticos que nos derrubaram em 2014. A distância de lá é muito pequena e não existe treinador no Brasil e em lugar nenhum que faça esse milagre da noite pro dia. Consegue, sim, organizar melhor a defesa, como tem acontecido, convocar melhor, passar seriedade, vontade e união à equipe. Bastou isso para o trabalho de Tite decolar.

Mas não se pode ignorar que entraram em queda várias equipes sul-americanas. O último deles, o Chile. A Argentina vem caindo desde a final da Copa. O Equador, a Colômbia... Tanto é que a meca das contratações têm sido a América do Sul, justo por falta de recursos no Brasil e nos países vizinhos. O próprio Uruguai, vítima de um 4 a 1 um pouco surpreendente. Não pela esplêndida atuação nacional. Mas sim pelos erros de tentativas ofensivas inúteis e uma defesa bem frágil para os padrões uruguaios. De qualquer modo, volto a frisar, não anula o progresso de nossa seleção.

O dia não era só de Paulinho. Era de Neymar. Desde os primeiros jogos comandados por Tite o que se percebe com facilidade é a confiança que os jogadores readquiriram. O semblante denuncia e as jogadas individuais também. Há uma solidariedade visível entre as camisas amarelas. E isso é mérito de Tite, da comissão técnica, mas também da vontade que foi restabelecida.

E volto a insistir: apesar de Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e um time individualmente superior em 2002, queiram ou não Felipão era o técnico. E a seleção, agora em 2014, vinha deslanchando na Copa das Confederações. Vinha jogando solta e em alguns momentos apresentando um bom futebol. Mas havia um clima político no país que soprava na contramão daquele que soprou em 1970. Aí você vai me perguntar: você está insinuando que o Brasil jogou para perder em 2014? E eu vou lhe responder: não sei. Só sei que não jogou para ganhar. Isso eu tenho certeza.

Quanto ao Brasil ideal para 2018, é muito cedo para falar. Mais ainda para definir se o time será ou não esse. Algumas posições ali, como a lateral, por exemplo, certamente não se sustentarão até a próxima Copa. E a evolução do grupo com certeza irá encontrar outros percalços bem mais difíceis que naturalmente a obrigarão a jogar de forma diferente. E isso eu não vou apostar. Ninguém pode apostar. 

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