domingo, 12 de novembro de 2017

BRASIL 3 X 1 JAPÃO. FOI VÁLIDO PARA NÓS?



Inválido não chegou a ser. Mas não é o ideal. A própria decadente Inglaterra, no dia 14, creio ser mais produtiva. Trata-se de uma escola que mesmo com deficiência técnica por não estar em seus melhores momentos, tem alguma tradição e pode exigir mais do que o Japão. Não que não seja fortuito ter pela frente o Japão, mas é uma equipe ainda muito inocente, apesar do imenso avanço em relação a décadas passadas. E normalmente, o atual futebol Japonês não se fecha tanto e não joga em contra-ataques, o que seria importante, a meu ver, como teste para a Seleção. Passamos com facilidade, levando a campo um time já com boa engrenagem de saída de bola, boa movimentação e toque de bola, apesar de acabarmos sempre dependendo da jogada fatal de Neymar. A Seleção sem Neymar é obviamente bem menos poderosa. E não é nada confortável nos apoiarmos num só valor. Há outros bons jogadores como Philippe Coutinho, Renato Augusto... mas as jogadas agudas e de decisão têm quase sempre a participação de Neymar.

Disse há algum tempo que uma das grandes preocupações era a falta de amistosos contra escolas de futebol de países variados. Desde a Copa de 2014, como frisei, estamos enfrentando cerca de 90% de adversários sul-americanos. E houve uma melhoria nossa em relação a 2014 e uma piora acentuada nos times da América do Sul. Essa situação exigia a Holanda, a própria Itália, mesmo atualmente em apuros, a França, e a Inglaterra que vamos enfrentar na terça-feira. É muito importante testar situações de jogo onde a imposição do nosso futebol encontra obstáculos, tenha dificuldades e se veja em situação diferente das que encontra atualmente. Além do mais, de um ano pro outro, mesmo estando apenas a oito meses da Copa, muita coisa muda. Muda não só no momento técnico do jogador, mas no físico, no aspecto psicológico,  nos acontecimentos do cotidiano. O astral de cada um sofre, sim, modificações.  O jogador de futebol não passa de um ser humano. Recebe boas e más notícias. Passa por momentos mágicos e sombrios. Por esta razão, um maior número de amistosos, jogos com alguma dose maior de competitividade, seriam super necessários.

Espero que na terça-feira encontremos a antiga marcação inglesa, junto com a italiana e argentina de alguns anos atrás, uma das que considero mais fortes do mundo. Precisamos de equipes que nos dificultem, que nos levem a situações diferentes para que ninguém tenha que dizer que foi surpreendido por determinada seleção.
Aproveito aqui para ressaltar minha insistência na convocação de Robinho. Não existe o menor cabimento, o menor sentido, em você levar um jogador como Roberto Firmino, mesmo com justificativas táticas, para uma Copa do Mundo e deixar um Robinho de fora, como já fizeram na última Copa. É um absurdo. Será que Robinho está velho, Tite? Você vem acompanhando os últimos jogos do Brasileiro? Será que Robinho não suportaria uma competição de tiro curto como uma Copa do Mundo? Será que a defesa adversária iria se sentir confortável e muito tranquila tendo pela frente jogadores como Neymar e Robinho? Ou será que você pensa que eles não podem jogar juntos? Quem não pode jogar junto, meu caro Tite, é Firmino com Neymar ou Firmino com Coutinho (mesmo jogando juntos no Liverpool,  podem dar algum up lá, não em se tratando de Seleção Brasileira). Tenho ciência que Robinho não faz parte dos planos de Tite. É um dos maiores defeitos e problemas dos treinadores. A mente fechada ao futebol objetivo e ofensivo que é a nossa natureza. Principalmente quando esses treinadores estão por cima, vencendo.  Se formos falar apenas de jogadores chamados “veteranos”, que não há problema algum, pois no mundo todo ainda fazem a diferença, mesmo em idades avançadas, é bom lembrar que ainda mesmo com juventude e no auge de sua qualidade técnica e maturidade como jogador, Marcelo não é mais um garotão da vida, e Daniel Alves muito menos. Em todo caso, seja o que Deus quiser.

Após a Inglaterra teremos apenas mais alguns poucos amistosos, que com certeza não nos darão ideia precisa de como estaremos, lá pra março, abril de 2018, às vésperas da Copa da Rússia. Afinal de contas, treinos não são suficientes para dosar o estágio da Seleção. Como dizia o grande mestre do futebol, Valdir Pereira, o Didi: “treino é treino e jogo é jogo”. Jamais duvidei e duvidarei disso.

Boa Semana!








Foto: PHILIPPE HUGUEN - AFP

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