quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O GRÊMIO DE RENATO GAÚCHO CHEGA AO TRI DA LIBERTADORES


Não costumo usar esta expressão tão comum: “o time de fulano; o time de cicrano”. O time é do povo, é do clube. O treinador é responsável pelo seu comando e seu desempenho num todo. Em se tratando desse Grêmio, o treinador teve uma participação mais efetiva e clara.

Os reforços que solicitou, o trabalho que começou com a parceria de outro grande treinador, Espinosa, que por caprichos do destino foi seu treinador há 34 anos, quando o jovem ponta, raçudo, objetivo, driblador e técnico, com uma equipe que tinha Paulo Cezar Caju, Mario Sergio, De Leon, Tarciso e outros, que formavam uma time técnico, abusado e confiante em si mesmo. Confiante o suficiente para vencer a Libertadores e se tornar Campeão Mundial, derrotando o Hamburgo, bem ao estilo da raiz do futebol brasileiro.

Esse time atual pode não ser tão técnico quanto aquele. Mas um elenco forte e bem escolhido, jogando com bola no chão, jogando bonito, jogando com raça e muitas vezes até com excesso de troca de passes. Que quando eram em demasia e improdutivos o complicava.

O time do Lanús fez um primeiro jogo melhor, em Porto Alegre, assim como o Grêmio fez um segundo jogo, principalmente no primeiro tempo, impecável. Dizer se o Lanús sentiu ou não o peso da camisa e a estreia num tipo de decisão desse porte é muito difícil. Eu acho que ele foi até aonde pode. E pode ir muito longe.

Ontem era noite do Grêmio, que, na realidade, merecia sair com um placar mais elástico, se não fosse o destoante Barrios e o excepcional Luan desperdiçarem um final de jogo mais tranquilo, deixando de aproveitar oportunidades claras de aumentar o placar. Vale lembrar a liberdade que Renato sempre deu para que os jogadores sob seu comando fizessem jogadas individuais, que são  a nossa marca, como fez Luan, no segundo gol. Um gol de craque, que normalmente põe o adversário em seu devido lugar. Muito importante também para o Grêmio um goleiro entrar na reta final na grande forma que entrou Marcelo Grohe.

O time merece todas as honras pela conquista e o Brasil e o futebol agradecem. Assim como agradecem e acho que tem obrigação em reconhecer em Renato um grande treinador. Um grande boleiro, sim. Longe do rótulo ignorante que lhe deram por anos, quando levou o Fluminense pela primeira vez em sua história à famosa decisão com a LDU, perdida nos pênaltis.

Técnico competente, com visão de futebol, que sabe o que faz quando treina um time. Sem essa de ser o “treinador do rachão” e de fórmulas mágicas como exigia a torcida do tricolor carioca quando assumia o time, justificando a escolha correta do patrocinador e do clube. Dirigir bem uma equipe está longe de falar cinco idiomas, aprender em livros em uma faculdade e achar que o lado científico é assunto exclusivo do treinador. Há uma comissão técnica por trás com vários departamentos especializados, que vale a pena lembrar aquela máxima, de “cada macaco no seu galho”.

Repetindo, como sempre: para ser um grande técnico de futebol você tem de entender de futebol. Tem de gostar de futebol. E, principalmente, ter jogado esse jogo, que só entende por completo quem o conhece não só na teoria, mas também na prática.

A torcida fica para que hoje, o Marcelo Grohe que ainda pouco fez a homenagem em nome do time do Grêmio, transmita seu bom momento para o camisa 1 que Rueda escolher no Flamengo, contra o Junior Barranquilla. Que, por mim, deveria ser o Muralha. Sim, o próprio. É arriscado demais nessa posição colocar um garoto que está sem ritmo de jogo. O mais experiente normalmente se supera nessas horas.

Vamos aguardar. Parabéns, Grêmio! Parabéns ao grande treinador, Renato Gaúcho!

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