Declaro
que estou temeroso e ainda mais pessimista do que estava nos meus comentários
sobre a Seleção desde 2013. Quem quiser ler é só verificar os aspectos que
levantei. Tanto positivos quanto negativos. Só não sei dizer se foi bom ou ruim
eles terem aparecido agora. Vou inclusive dedicar toda a coluna ao nosso
futebol jogado na Copa. Sobre a Copa em geral e os outros jogos, que vêm sendo
um sucesso absoluto, amanhã divulgo. Até porque a FIFA inventou esta confusão
de começar a segunda rodada sem ter terminado a primeira.
De
cara desfaço a ideia de que o goleiro mexicano foi o “homem do jogo”. O time do
México num todo sim. Que soube jogar com inteligência, catimba e até excesso de
virilidade aproveitando a complacência do juiz que parecia querer isto, travar
o jogo. Salvo a defesa na cabeçada de Neymar, que por muito pouco não pega
dentro do gol, todas as outras defesas foram em cima dele. Teve seus méritos,
mas a incompetência foi nossa. A bola não gosta de entrar de qualquer jeito, já
cansei de dizer isto.
O
que fazer, então? Eu faria o que obviamente Felipão não fará, por seu conceito
e sua filosofia de futebol. Assumiu o risco de adotar uma tática importada e
convocar excesso de jogadores de marcação. Ele não tem a Seleção de 2002 em
mãos. Ele não tem Kleberson, Ronaldinho Gaucho e Rivaldo, com Ronaldo na
frente. Ele não tem uma defesa com a firmeza de Lucio, a regularidade de Cafu e
muito menos um peso superior ao de jogar uma Copa no Brasil. Em 2002 ele pôde
se dar ao luxo de teimar. De fechar com a família Scolari. Tínhamos pelo menos
três grandes craques em campo. Hoje não. Ele não tem este direito e se
continuar teimando perde a Copa mais cedo do que se imagina.
Já
passamos pela Croácia, apesar do placar, com dificuldade. E hoje conforme
frisei várias vezes em colunas anteriores, quando este sistema e este esquema
somados aos jogadores convocados, ao perfil deles e aos poucos testes que nós
tivemos, encontrasse uma retranca, uma marcação forte e uma equipe encardida,
teríamos imensa dificuldade. E hoje encontramos. Só que não é novidade só com
Felipão. É só ver o histórico de jogos contra seleções bem inferiores de 1986
para cá. Sempre vencendo por um fio. Parece que não temos obrigação de ter um antídoto
pra isso. Esse antídoto começa no meio de campo com os armadores, especialistas
na posição, que os treinadores travestidos de analistas de sistemas vêm
dizimando há um longo tempo. E termina com o drible, que sempre foi o nosso
diferencial, mas que foi proibido também, ou no mínimo, vigiado de perto pelos
“sábios”. Pois bem, mudar a mentalidade do treinador nós não vamos. Mas, que fique
claro que a meu ver, se não houver substituições o pior pode acontecer. E bem
mais cedo, como disse acima. Se as duas laterais não forem revistas - Daniel
Alves e Marcelo não estão jogando bem e não se encaixam nessa função de lateral
- nesse esquema. Não tenho dúvida que todos dois renderiam mais como meias, mas
acho que deve haver uma troca, por Maicon e o próprio Maxwell. Ambos mais
fracos tecnicamente, porém mais laterais e defensores. Desta forma você pode
privilegiar o meio campo e tentar o próprio Daniel Alves no lugar de Paulinho,
que não voltou ao seu bom futebol, sacando Marcelo do time. Teríamos um time mais
encorpado ao perder a bola e mais rápido ao recuperar, porque ficar mudando
Fred por Jô é uma tragédia. Abrir Bernard como mais um atacante, outra bobagem.
Com a volta de Hulk, Fred e Neymar funcionam mais. Aliás, Neymar tem que soltar
mais a bola. Mas, se não houver bola no chão, armação de meio, passagens de
laterais, linha de fundo e o drible pra abrir caminho, já era.
Finalizando,
não acredito que Felipão faça nada disso, mas prometo continuar torcendo, mesmo
para o que estiver errado. Sem esquecer que o futebol sempre cobra caro de quem
tem medo de arriscar e vencer.
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