Por favor, nem pensem que sou
adepto da sisudez, da cara amarrada e da continência no futebol. Longe disso. O
futebol brasileiro é criativo e como tal, tem de ter alegria. Sem alegria não
há criatividade. É de fato liberdade com responsabilidade. Até porque os
jogadores se apresentaram há poucos dias e a maioria vem de fim de temporada na
Europa, o que justifica, em parte, os treinos leves iniciais e um descanso
necessário. Mas não dá pra entender tanta gracinha nas entrevistas coletivas.
Parece que nunca acertam a mão. Ou colocam um Pitbull e amordaçam o jogador, ou
os liberam e aí, feito crianças, tome caras e bocas, risos irônicos, excesso de
gaiatice. Isso, no mínimo, atiça e movimenta nossos adversários. Não parece que
a humildade e a seriedade estejam na dose certa. Tudo bem que estamos também
diante de uma geração diferente em vários aspectos e no próprio perfil. Muita
coisa mudou, da sinuca ao laptop, do radinho bossa nova ao Ipod, celulares e
por aí vai. Tudo isso é normal e compreensível.
Agora, esta Copa do Mundo,
principalmente esta, tem aspectos únicos. É disputada na nossa casa. Há uma
pressão política que tenta criar uma atmosfera que atenda interesses obscuros e
escusos. Há um grupo não tão íntimo dos torcedores brasileiros em busca de uma
afirmação definitiva e de uma consagração que ainda não obtiveram. Nenhum dos
jogadores deste grupo é consagrado. As figuras de maior conhecimento e
experiência estão fora de campo. Particularmente, sinto uma certa displicência.
Torço muito para estar errado, mas não vejo bola suficiente na nossa seleção
pra tanta euforia e desprendimento. A Copa do Mundo ainda é a competição mais
difícil que existe. Embora muita coisa tenha mudado e entre os jogadores, por
exemplo, não haja mais tanta distância, quando a bola rola e se chega a uma
semifinal, uma final, o que está em jogo é o título mundial. Tudo que envolve a
Copa pede a maior seriedade possível. Todo segundo é valioso, por melhor que
seja seu astral e seu otimismo.
Espero, sinceramente, que a
comissão técnica saiba disto e nestes 11 dias que faltam para nossa estréia,
consigam introjetar o espírito de Copa do Mundo no elenco. Porque,
sinceramente, ainda não estou sentindo essa conscientização nos moleques. Só
pagando pra ver.
Até a próxima.
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