domingo, 1 de junho de 2014

COPA DO MUNDO É COISA SÉRIA


Por favor, nem pensem que sou adepto da sisudez, da cara amarrada e da continência no futebol. Longe disso. O futebol brasileiro é criativo e como tal, tem de ter alegria. Sem alegria não há criatividade. É de fato liberdade com responsabilidade. Até porque os jogadores se apresentaram há poucos dias e a maioria vem de fim de temporada na Europa, o que justifica, em parte, os treinos leves iniciais e um descanso necessário. Mas não dá pra entender tanta gracinha nas entrevistas coletivas. Parece que nunca acertam a mão. Ou colocam um Pitbull e amordaçam o jogador, ou os liberam e aí, feito crianças, tome caras e bocas, risos irônicos, excesso de gaiatice. Isso, no mínimo, atiça e movimenta nossos adversários. Não parece que a humildade e a seriedade estejam na dose certa. Tudo bem que estamos também diante de uma geração diferente em vários aspectos e no próprio perfil. Muita coisa mudou, da sinuca ao laptop, do radinho bossa nova ao Ipod, celulares e por aí vai. Tudo isso é normal e compreensível.

Agora, esta Copa do Mundo, principalmente esta, tem aspectos únicos. É disputada na nossa casa. Há uma pressão política que tenta criar uma atmosfera que atenda interesses obscuros e escusos. Há um grupo não tão íntimo dos torcedores brasileiros em busca de uma afirmação definitiva e de uma consagração que ainda não obtiveram. Nenhum dos jogadores deste grupo é consagrado. As figuras de maior conhecimento e experiência estão fora de campo. Particularmente, sinto uma certa displicência. Torço muito para estar errado, mas não vejo bola suficiente na nossa seleção pra tanta euforia e desprendimento. A Copa do Mundo ainda é a competição mais difícil que existe. Embora muita coisa tenha mudado e entre os jogadores, por exemplo, não haja mais tanta distância, quando a bola rola e se chega a uma semifinal, uma final, o que está em jogo é o título mundial. Tudo que envolve a Copa pede a maior seriedade possível. Todo segundo é valioso, por melhor que seja seu astral e seu otimismo.

Espero, sinceramente, que a comissão técnica saiba disto e nestes 11 dias que faltam para nossa estréia, consigam introjetar o espírito de Copa do Mundo no elenco. Porque, sinceramente, ainda não estou sentindo essa conscientização nos moleques. Só pagando pra ver.

Até a próxima.



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