Finalmente, depois de várias citações que fiz em crônicas anteriores, aí está: Tite na seleção brasileira. Antes de desenvolver meu raciocínio, acredito que há de haver uma melhora, sim. Mas não me impressiono com ela e temo que mais tarde os defeitos que não foram revistos venham bater a nossa porta num momento mais agudo do nosso futebol.
Tite me faz lembrar um mini debate que tive com um
treinador que trabalhou como auxiliar do técnico Abel, no Fluminense, no ano de
2005. Na ocasião discutimos sobre Tite X Joel Santana. Eu fiquei com Joel. Sustentei
que o polêmico boleiro carioca, 3 anos mais tarde convocado para dirigir a
seleção da África do Sul, na qual fez um trabalho muito superior ao de
Parreira, que depois o substituiu, era sim melhor que Tite, que já despontava
como surpresa.
O auxiliar, na ocasião, fez um beicinho e com um ar de
superioridade se mostrou surpreso com minha escolha, como se tivesse dito algo
absurdo. Lembro que além de não glorificar Joel, disse apenas que o achava
melhor que Tite. E hoje, 11 anos depois, ainda acho. Em que pese Tite estar por cima e Joel, nem
sei onde se encontra.
Tive oportunidade de acompanhar o trabalho de Tite no
Corinthians e no Grêmio. Treinador de retórica forte, comando bem exercido e a
habitual marcação e movimentação que Marcelo Oliveira, Levir Culpi e outros que
estão aqui no Brasil exercem em seus clubes. Nada de sobrenatural.
Não existe no Brasil nenhum técnico dos chamados de
ponta. Ao nível dele existem os iguais ou superiores como Muricy (afastado por
motivos de saúde), Marcelo, Cuca, que considero melhor que ele, Levir Culpi,
entre outros.
Aviso a quem vê Tite como salvador da pátria: desça do
cavalo. Você está enganado, amigo. Mesmo que fosse fantástico como treinador,
Tite não seria solução para o futebol brasileiro. Aliás, apesar do assunto ser
Tite, a seleção nos obriga a estender-me sobre outros detalhes. Permanece o
Presidente, Marco Polo Del Nero? Permanecem os profissionais das categorias de
base? Permanecem os atuais diretores da CBF? E a intenção, como li, que Tite
pretende levar Edu como coordenador?
Desse modo, estamos mudando o sofá de lugar. Sem mexer na
estrutura do futebol brasileiro, na mentalidade do futebol que se joga aqui, na
influência criminosa e nociva que os empresários exercem sobre os clubes e a
participação que estes exercem no cenário nacional, é trocar seis por meia
dúzia. Perda de tempo. Creio que poderiam ser os treinadores que mais gostei de
ver trabalhar, como Didi, Zizinho, Zagallo, Danilo Alvim, Tim, Telê, entre
outros.
O caminho não está na área técnica. O caminho, já cansei de apontar aqui, está na volta dos nossos padrões técnicos e nossas virtudes e raízes que perfeitamente podem se adequar ao que chamam de “futebol moderno”, que na verdade não existe. Existe sim futebol bem jogado, bem distribuído e equilibrado, com bons jogadores, bons dirigentes e bom comandante. Este sim é o caminho.
O caminho não está na área técnica. O caminho, já cansei de apontar aqui, está na volta dos nossos padrões técnicos e nossas virtudes e raízes que perfeitamente podem se adequar ao que chamam de “futebol moderno”, que na verdade não existe. Existe sim futebol bem jogado, bem distribuído e equilibrado, com bons jogadores, bons dirigentes e bom comandante. Este sim é o caminho.
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