quinta-feira, 7 de julho de 2016

CAI A ALEMANHA. PARIS ESTÁ EM CHAMAS


Deu França. O tão esperado duelo, que na verdade merecia ser a final para muitos, foi vencido pela equipe francesa num jogo de poucas emoções, baixa qualidade técnica e marcado pela cautela e desgaste das duas equipes. Principalmente da Alemanha. 

Os primeiros minutos do duelo mostravam uma França mais cautelosa, desenhando uma linha de marcação na tentativa de ocupar o maior número de espaços possíveis. Mas, o time de Deschamps exagerava na dose. Errava ao assistir em excesso a troca de passes venenosa e planejada da equipe alemã, dando excesso de espaço para as tabelas curtas que levavam perigo a todo momento ao “arco” francês. A equipe de Joachim Löw seguia seu curso metódico, rigidamente treinado, onde a maioria das conclusões acontecem de dentro da grande área ou a 3 metros de distância da linha do gol. 

O time alemão não se importava com a quantidade de passes que tinha que trocar para obter seu intuito: chamar a marcação francesa com um jogador alemão vindo de trás para concluir a jogada. No entanto, havia uma dose um pouco excessiva de morosidade nesse toque de bola alemão. Apesar de Hugo Lloris ter salvo a França em duas oportunidades, a Alemanha parecia sentir-se soberba demais. Jogava como se o gol fosse sair a hora que ela bem entendesse. Já a França, errava ao centralizar o jogo nos contra-ataques, principalmente em tentativas verticais dos habilidosos Payet e Griezmann, que não encontravam diálogo no jogo de força de Olivier Giroud, jogador de pouca velocidade e dependente de jogadas de linha de fundo. Manobra que a equipe francesa não fazia. 

O jogo se encaminhava para um previsível 0 x 0 ao final do primeiro tempo, quando, ao meu ver, por puro descuido e grosseria técnica, Schweinsteiger fez uma intervenção estranha demais para que um árbitro não marcasse um pênalti. Não havia sentido daquela mão na frente do corpo desviar a bola. Mesmo, claramente, não tendo sido sua intenção. Griezmann bateu com categoria e colocou a França na frente, com um pé na semifinal. Achei que aquele gol, já pensando no segundo tempo, saíra num momento fundamental para a França e cruel para a Alemanha. 

A Alemanha começava a demonstrar sinais claros, já nos primeiros minutos do segundo tempo, de fadiga. Andou perdendo alguns jogadores lesionados por fadiga e perdeu o seu líbero, Boateng, jogador de pura força, que a França não explorava porque Giroud não era o jogador ideal para superá-lo. Não bastasse a inferioridade no placar, a Alemanha se via sem sua dupla de zaga titular, pois Hummels, o melhor zagueiro alemão e, para mim, um dos melhores do mundo, não jogava devido a uma suspensão.

A medida que o tempo passava, a Alemanha mostrava mais sinais de desgaste ainda. É bom lembrar que a equipe veio de uma prorrogação desgastante contra a Itália. Já a França, em casa, tinha um relógio ao seu favor e o povo a lhe incentivar. A partir dos 20 minutos do segundo tempo, Joachim Löw partiu para o tudo ou nada, colocando Mario Götze, o homem do gol da Copa de 2014, buscando o empate a todo custo. Mas a marcação francesa, a excepcional partida de Patrice Evra e do goleiro Lloris frustravam os planos da Alemanha que, até os cruzamentos de outrora, a qual seu futebol já abriu mão há muito tempo, passou a utilizar, sem sucesso. 

Veio o segundo gol Francês num erro infantil do jovem Kimmich. Por azar dele, a bola caiu nos pés de Pogba, que numa manobra técnica, inteligente e habilidosa, aliada a uma boa dose de frieza, obriga Neuer, no primeiro momento do lance, a um desvio salvador, que, entretanto, cai nos pés do esperto e ligeiro Griezmann, que dá números finais ao jogo. Daí por diante, apesar do esforço de alguns jogadores alemães em diminuir o placar e mudar o rumo da história que se desenhava, o destino parecia determinar que era dia da França e que a bola alemã não entraria.

A França parte agora como franca favorita para decisão com Portugal. Apesar de continuar considerando a França também favorita, como disse no início da Eurocopa, não me surpreenderia se Portugal contrariasse essa lógica. O time de Portugal, apesar de inferior tecnicamente, está inteiro, marca forte e tem Cristiano Ronaldo em ótima fase. E embora o vento pareça soprar na direção da Torre Eiffel, a equipe portuguesa tem condições claras de sair vitoriosa e surpreender a boa e bem treinada equipe de Didier Deschamps. Por que não? 

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