quinta-feira, 6 de outubro de 2016

ELIMINATÓRIAS EM CARTAZ NO MUNDO


De início, um recado a IFAB (International Football Association Board), órgão ligado a FIFA, pela infeliz iniciativa de legalizar a saída de bola do jogo com toque inicial livre, permitindo que seja para trás. Para quem se preocupa em tornar o futebol cada vez mais ofensivo, é um retrocesso de mais de 100 anos, mesmo que você, torcedor, pense que isso não tornará o jogo travado e defensivo, já é algo que convém ao anti-jogo.

Após muitos anos, está mais do que provado que a melhor defesa é o ataque. Portanto, lamento a decisão da IFAB em mais uma bola fora da FIFA, que, aliás, para quem não sabe, tem como presidente Gianni Infatino, sem nenhuma ligação com o esporte e com o futebol. É um advogado. Boa coisa não vem por aí.

Começando por Itália 1 x 1 Espanha, assistimos um jogo entre duas seleções tradicionais bem diferente das atuais características das duas escolas. A Itália, dona da casa, pecando pela falta de qualidade individual. Em alguns momentos ainda lembrava o seu jogo aguerrido e de força. Mas com muito pouca inspiração. Pouca coisa de positivo para acrescentar. Vale o registro da falha de Buffon, que com certeza não foi pelo peso da idade. Há erros que só o goleiro mesmo pode explicar. Simplesmente aconteceu.

A maior surpresa do empate ficou por conta de um pênalti muito mal marcado, inexistente, que deu o empate a Itália. Chamou atenção na partida o que eu chamo de uma nova Espanha. A Espanha do novo treinador Julen Lopetegui, retornou ao seu estilo de jogo de 15 anos atrás. De correria e força. Lembrando o da própria Itália. O estilo Del Bosque, de toque de bola, foi abandonado. Isso preocupa.

Apesar de precisar de uma renovação, não era o sistema tático espanhol que mais necessitava e sim a troca de alguns jogadores. Prova é que o estilo de toque de bola da Espanha, desde meados de 2010, vem encantando o mundo. E ela pode pagar um preço muito caro nessa readaptação que dificulta mais a qualidade do jogo que ainda exibia.

Na América do Sul, a liderança inquestionável do Uruguai, que continua um adversário difícil de ser batido. Mesmo não tendo feito boa partida contra a Venezuela. De qualquer forma, com a vitória, assumiu a liderança isolada das Eliminatórias. Com destaque especial para Suárez. Não reparem só na boa técnica e na raça que sempre exibiu. A inteligência e percepção de jogo não permitem um erro sequer da zaga adversária.

Indo a Brasil x Bolívia, em que pese a fragilidade do adversário, a eficiência  de jogo e seriedade da maioria dos jogadores já surte visível efeito. Na gíria, digamos, Tite está levando o elenco no papo. Com moral e se impondo como treinador, está tirando seriedade e passando tranquilidade como vocês viram hoje diante da fraca Bolívia.

Apesar de falhas bisonhas de marcação da Bolívia, o Brasil fez algumas jogadas de alto nível técnico que em alguns momentos lembraram seleções vitoriosas. Mas apenas lembravam. Eu frisei que esperava isso nos primeiros jogos. E que a mentalidade do comando maior do futebol brasileiro, aliada a alguns erros de concepção de Tite, principalmente em relação à armação do meio campo (não cabem jogadores do nível de Renato Augusto jogarem tão recuados e de Lucas Lima ficar de fora), trarão problemas diante de adversários mais experientes e bem posicionados.

Em jogos onde houver times de maior expressão com padrão de marcação eficiente e forte, não teremos esses espaços e essa facilidade de saída de bola para construir jogadas com Neymar e Jesus. Por certo eles serão bem marcados.

Portanto, é bom e bonito ver o Brasil jogar melhor e um Neymar se comportar com maior profissionalismo, tendo inclusive levado uma agressão que merecia a expulsão do adversário. Mas, no futuro, não esperem sempre campos floridos. É bom contar com os espinhos que virão e só com eles poderemos confirmar nosso retorno ao hall dos favoritos. 

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