As aspas, pessoal, na frase do título é uma ironia que
faço. Não pensei que tivesse de resumir o futebol a uma jogada apenas.
Paciência. É a realidade. Grandes times como Barcelona, Bayern, Real Madrid,
raramente fazem uso dela. É a jogada pra chamada “hora do sufoco”, comum no
passado, mas jamais de tão longe e feita com o pé relativo à posição da
cobrança.
Fiz duas ilustrações mostrando uma forma usual e quase
sempre errada por parte do sistema defensivo e uma forma que chamo de “mais
complicada” para o cobrador da infração no caso. Lembro mais uma vez que é
triste que um time de futebol que treina todos os dias não tenha variantes de
penetração e setor criativo ofensivo, pois não há de faltar na história do
futebol, nem hoje, nem amanhã, imaginação, talento e novas jogadas de
penetração que levem um time às redes adversárias. Porém, estão escolhendo esse
caminho de mão única, restrito e medíocre, que acaba ficando perigoso pelo erro
ao neutralizá-lo.
Na Figura 1 mostro o posicionamento atual mais usado e
repetido várias vezes durante os jogos, redundando ou não em gols. O erro
consiste em colocar um marcador, que de tão mal posicionado não precisava estar
ali, fora da curva da bola, o que serve de referência e ajuda o batedor, em
ambos os lados do campo. Na figura 2, se houvesse um bom treinador e conjunto e
sincronia, vez por outra a defesa poderia sair em bloco e com o impedimento
neutralizar a jogada. Mas a qualidade que temos dentro e fora de campo não está
permitindo isso na maioria das vezes.
Portanto, você tem que entender como bater numa bola. Tem
que conhece-la na intimidade. E ter na mente a posição, o desenho e o modo
treinado de bater na bola dos escolhidos para esse cruzamento. Usando como
exemplo Scarpa, do Fluminense e Jean, do Palmeiras, dá pra você entender. Scarpa
pega de lado, por dentro do pé, colocando efeito na bola com certa força. Justo
pra ela morrer no ponto que ele quer e que os atacantes e zagueiros do seu time
já conhecem.
Marcar essa bola depois de saída dos pés é ruim porque no
“arranca rabo” de amontoado de jogadores acontece de tudo e você não pode deixar
um zagueiro de sobra, senão trás a jogada mais pra dentro do seu arco. Aí,
cobrar precisão de posicionamento da sua zaga é difícil, devido ao empurra e
empurra, que lembra vagamente jogada de futebol americano.
Portanto, quanto por um lado, quanto pelo outro, ou você
tira um ou dois jogadores que às vezes coloca para servir como barreira, mas na
realidade ajudam na noção de força e curva do cobrador, ou você, de forma
correta nas duas exposições que fiz, trás a sua barreira, pode ser um jogador,
como fiz na figura do lado esquerdo, fora da diagonal da bola, como se o
cobrador fosse dar um passe reto. Isso vai obriga-lo a mexer na força e no
efeito que dará ao bater na bola, obrigando ela a morrer antes ou depois do
ponto que deseja. Ou seja, vai complicar a curva e a trajetória da cobrança.
Tira a referência do batedor.
No caso do lado direito, coloquei ainda outra hipótese,
em caso até do time adversário colocar dois jogadores, um cobrando com a perna
direita e outro com a esquerda, na bola. Se isso acontecer, mesmo um jogador
com o mínimo de percepção sabe quem vai bater, pois o batedor precisa de alguns
passos de distância para executar a curva que deseja. E usando dois na
barreira, você fecha a cobrança com a trajetória por fora, como vê na linha
pontilhada, também obrigando o cobrador a mudar seu modo de bater na bola e
deixa, tranquilamente, essa brecha entre mais um, a pelo menos dois corpos de
distância, que evita com que ele feche mais o cruzamento, pra não perder o
perigo do caimento da bola. Ele vai ter que colocar mais efeito pra fazer a
bola subir. E mais efeito, menos força. Menos força nessa jogada, menos perigo
de gol no arremate. E se ele alterar a força, a bola vai ter que sair mais
baixa, com menos efeito, dificultando a conclusão e facilitando a zaga
adversária.
Sei que para muitos pode parecer complicado. Mas não é, é
simples. E se não foi feito até hoje, creio ser por falta de observação dos
treinadores, dos próprios jogadores e da perda de tempo com excesso de treinos
teóricos, cheios de cones e mais cones, como num pátio do DETRAN.
Observação: sobre essa última rodada do Brasileiro e as
confusões de arbitragem, prejudica daqui, rouba de lá, fica a pergunta: qual
time não foi prejudicado ainda em algum jogo? Que tipo de arbitragem vocês
queriam num campeonato tecnicamente fraco, ilusoriamente emocionante pela
colocação e pelos esforços de alguns times, e dirigido por dirigentes que só
podem acompanhar o Brasil dentro do país. Se ousarem por os pés fora do
território nacional, vão em cana. Então, pergunto novamente: que tipo de arbitragem
vocês queriam partindo dessa gente?
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