quarta-feira, 27 de junho de 2018

COPA DO MUNDO: SURGEM AFINAL EMOÇÕES E SURPRESAS



Ontem já tivemos emoção de sobra na classificação dramática da Argentina. Foi outro time, apesar da Nigéria jogar um futebol de suas raízes. Com muita raça, técnica e a qualidade de Musa. Prevaleceu a categoria de Messi no primeiro gol e também de Rojo no gol que selou a classificação da Argentina frente à Nigéria. Teremos briga de cachorro grande nas oitavas de final entre Argentina e França. Embora a Argentina já pareça ser outra, não vejo claro favoritismo nela, apesar do time francês ser forte, mas ainda um pouco inexperiente. Experiência em Copa do Mundo pesa mais do que você imagina.
                                                                                         
Hoje a zebra passeou em campo diante de uma Alemanha desfigurada. A Coreia do Sul produziu um feito histórico ao derrotar a atual Campeã do Mundo por 2 x 0. Enquanto isso o México, sentado em cima da confortável colocação no grupo, levava uma sapatada da firme, forte e bem armada Suécia. Mas, voltando à Alemanha, a Seleção de Löw parece que não guarda boas recordações da Rússia desde a Segunda Guerra Mundial. Desde o seu primeiro jogo contra o México e mesmo na vitória sobre a Suécia, em momento algum a Alemanha se pareceu com a que estamos acostumados a ver. Hoje parecia uma seleção anestesiada, exaurida, sem interesse em superar a marcação rígida e heroica da Coreia do Sul. O desfecho não poderia ser outro. Cai um gigante que, ao menos em seu grupo, era o favorito.

Agora há pouco tivemos a classificação do Brasil sem maiores sustos, diante de uma Sérvia que não conseguia ficar com a bola por mais de 10 segundos. Um time sem jogadas, atrapalhado e que em alguns momentos pareceu conformado em ter de deixar a Copa do Mundo. Limitou-se a fazer uma pressãozinha por cerca de 5 ou 6 minutos, quando o Brasil já vencia por 1 x 0, graças a um belíssimo lançamento de Coutinho e a penetração por trás da zaga, de Paulinho, bem ao estilo dos gols do Corinthians de Tite. E a pressão que me referi antes não encontrava qualidade, nem mesmo capricho nas finalizações. As chances raras surgiram por erros de posicionamento de nossa zaga, que começando pela boa atuação de Alison, teve a presença firme e soberana de Thiago Silva, um dos melhores em campo, premiado com um belo gol de cabeça, o segundo do Brasil. A inesperada lesão de Marcelo, a entrada tranquila de Filipe Luís, a atuação mais segura e presente de Fagner, um Casemiro na primeira etapa muito eficiente, o Philippe Coutinho, que já estamos nos acostumando a ver sobrando em campo, William fazendo grande partida, apesar de ainda sacrificado por jogar na posição errada e apenas Gabriel Jesus e Neymar, menos inspirados.  Do contrário o placar seria outro. Vimos inclusive um Neymar mais discreto, menos espalhafatoso. Alguma boa conversa deve ter feito bem a ele. Gabriel Jesus tem que ter mais liberdade para cair dos lados do campo e não ficar preso como um falso centroavante, coisa que ele não sabe fazer. Se estes dois estivessem em um dia melhor, o placar seria mais elástico.

Fecho chamando a atenção para dois detalhes importantes. O Brasil não enfrentará o México que vimos hoje. Não adianta virem com retrospecto porque há muito tempo o futebol mexicano é duro de ser derrotado. Não creio numa partida fácil para o Brasil. Outro aspecto é a lesão de Marcelo. Chamei atenção aqui há algum tempo sobre nossos dois laterais titulares: Daniel Alves e Marcelo, e defendi inclusive que Marcelo fosse deslocado para o meio para que tivéssemos melhor qualidade na saída de bola. Ocorre que jogar na Europa faz bem ao bolso, mas as férias do calendário europeu coincidem com a Copa. Os técnicos sabem disso, mas valorizam muito mais quem joga no exterior do que os que atuam no Brasil, o que é um erro. E os preparadores físicos apesar de saberem deste calendário duro, volta e meia ultrapassam os limites físicos de cada um. O resultado são as lesões seguidas que temos visto.

Amanhã vamos ver como se resolve o grupo da Colômbia e seu excelente futebol. Tem uma pedreira chamada Senegal, mas tem boas chances, assim como o Japão, de obterem a classificação. Já Bélgica e Inglaterra no jogo principal fazem um tipo de amistoso para inglês ver, dando-se ao luxo de escolherem seus possíveis adversários. O outro jogo entre Tunísia e Panamá deve ser visto com o espírito esportivo que merece. Fico pensando como os EUA perderam a vaga para o Panamá. Suspeito até que não tenham feito lá tanta questão assim de visitar a Rússia.

Até a próxima!



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