domingo, 29 de julho de 2018

NO RECOMEÇO DO BRASILEIRÃO 2018: QUAIS OS DESTAQUES?


Meus caros amigos, confesso a vocês que uma das coisas mais difíceis no momento é escrever sobre o futebol brasileiro e também a Sul-americana. É muito simples dizer que tudo se resume a diferença de poder financeiro entre a América do Sul, a Europa e outros continentes. Isso fica claro no entra e sai de jogadores, treinadores e mandatários. E é justo aí que um problema, a falta de dinheiro, produz vários outros.

Mal um time começa a engrenar no Brasil, na Argentina, Colômbia ou Uruguai, por exemplo, determinados jogadores que se destacam são imediatamente negociados. Então o conjunto e a harmonia vão pro lixo. É um círculo vicioso. Começa-se um trabalho, obtém-se um nível e ele é interrompido pelas negociações e também pela desorganização, que numa tentativa desesperada de salvar os cofres dos clubes, cria modelos de competições, umas atrás das outras e, muitas vezes, como agora, simultâneas, gerando desgaste e não lucro. Gerando perda de interesse e não mais emoção.

Nos primeiros jogos aqui no Brasil na volta da Copa se percebeu claramente uma perda física e técnica em algumas equipes. Produto da paralisação devido à Copa do Mundo. Mas isso acontece e sempre aconteceu. O problema é que trocas constantes de jogadores e treinadores dentro de competições descontrolam mais ainda o que já vai mal. Alguns exemplos, como o Flamengo, que perdeu Vinícius Jr. e está a ponto de perder Lucas Paquetá. Dois jogadores chave que talvez façam o Flamengo cair de rendimento, principalmente se a saída de Lucas se concretizar.

O Botafogo, por exemplo, que perdeu alguns jogadores e mudou de treinador, se já andava mal, piorou muito mais e segue um caminho sombrio. O Corinthians também caiu de produção devido a negociações. O Santos, o Vasco a mesma coisa. Alguns casos raros como o do Fluminense, onde Abel já entrava num clima de saturação e o comando, por falta de competência, planejamento e profissionalismo, tornava muito mais difícil sua tarefa de futebol intensidade máxima. Marcelo Oliveira conseguiu algum progresso, entretanto depende também de determinados jogadores no elenco que vão lentamente caindo de produção devido ao desgaste. E outros por falta de qualidade técnica mesmo. 


O São Paulo é outro que cito como caso raro. Desde o início do ano vem tentando se organizar, afastado das grandes conquistas que são costumeiras, aproveitou o intervalo da Copa para corrigir alguns erros e melhorar o conjunto. Apesar da liderança do Flamengo, vejo o São Paulo, hoje, como seu maior adversário. No mais, temos equipes que lutam para não cair ou obter uma vaguinha numa taça como a Libertadores ou no mínimo Sul-americana.

Alternativas têm de ser repensadas também nos nossos vizinhos. A Argentina passa por um período de renovação difícil. E o Uruguai já entrou nele após a Copa. O sucesso da seleção vem do equilíbrio e da performance dos clubes. Se não houver melhor planejamento e maior critério e inteligência envolvendo as negociações dos destaques que, por ventura, estejam surgindo, nada feito. É um passo para frente e outro para trás.

Gostaria de encerrar com um comentário relativo aos nosso goleiros. Conheço bem o trabalho de alguns preparadores de goleiros e tenho uma observação especial na posição pela qual já joguei. Há muitos anos digo, embora tenha melhorado o nível dos goleiros em nosso país, mais por razões de atributos físicos do que técnicos, os treinadores têm de se ater mais ao trabalho de situação de jogo. Onde você exige do goleiro a simulação do que realmente acontece nas quatro linhas nas partidas. 


Desnecessário encher um espaço de gramado com vários cones, como se fosse o pátio de um órgão de trânsito. Ele não vai utilizá-los no jogo e os gestos específicos que irá fazer não serão os que foram treinados. Com certeza alegarão que o goleiro precisa de explosão, flexibilidade, impulsão e agilidade. Sim, naturalmente. Mas que a bola o acompanhe nesse tipo de trabalho. O que existe na prática. Independente das bolas utilizadas e seu material diferente, falta segurança aos goleiros atualmente. Soltam bolas absolutamente fáceis de reter. Não saem em cruzamentos pelo alto por medo de errar. Não exercitam a visão de jogo e a antevisão do jogo, prevendo situações claras de perigo de gol, como os jogadores de linha preveem. 

Somado a isso, o lado psicológico, que dosa o temperamento necessário para, aí sim, diante de uma boa forma física,  procurar estar sempre no melhor de sua forma técnica. Num time, todos devem estar bem. No caso do goleiro, tem de estar acima deles. Tem de ser um paredão. Se não, há algo de errado.

Boa semana a todos!

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