terça-feira, 27 de março de 2018

ALEMANHA 0 x 1 BRASIL: O DRIBLE MOSTRA O CAMINHO


Ainda que tardiamente, ao meu ver, o Brasil começa a enfrentar adversários que são testes mais abrangentes. Defendi aqui que havia uma grande quantidade de experiências contra time sul-americanos e raras contra outras escolas do mundo. Já passamos pela Rússia e hoje uma Alemanha bem diferente da última que enfrentamos e que nos impôs o maior castigo da história. No entanto, uma Alemanha que mesmo em evidente renovação, mesclada por reservas já ambientados, começava o amistoso com aquela rígida e estratégica distribuição tática, abafando com a marcação os espaços da saída de bola brasileira. Forçando erro, como fez a de 2014. Porém, cada jogo é um jogo. A saída de bola hoje era melhor e o ataque Alemão não tinha entrosamento e qualidade como aquele. Justo por isso, as finalizações não aconteciam. Por parte do Brasil muito menos, que tinha Gabriel Jesus isolado e Philippe Coutinho mais ou menos que fazendo a função de Neymar. Até os 12 minutos do primeiro tempo, a Alemanha era melhor e até os 27, já tinha tido 3 oportunidades claras de gol. Até que numa bola despretensiosa, Coutinho fez uma boa jogada individual deixando um pouco assustados os alemães. Pouco depois, William faz a mesma coisa pelo lado direito. Os alemães sentiram que havia algo que eles não podiam deter, a magia da arte do drible, que logo a seguir veio dos pés de Gabriel Jesus, deixando sentado dois zagueiros alemães e finalizando com infelicidade uma bola que teve calma para concluir. Logo foi premiado, 1 minuto depois, com um cruzamento aberto pela clareira que o drible abre e sempre abriu em defesas fechadas no futebol. A cabeçada só não foi mais certeira porque não é seu ponto forte, mas foi suficiente para colocar o Brasil na frente.

Daí até o final do jogo, O Brasil continuou fazendo uma boa partida, com seriedade e algumas tímidas jogadas individuais, mas fazendo-as, como fez Douglas Costa, acertadamente escolhido por Tite, que quase leva ao segundo gol em velocidade. Nosso time marcava bem, com exceção da permissão inexplicável de cruzamentos perigosos que podiam ter mudado o rumo do placar. Se a zaga se comportava bem pelo alto, os cruzamentos não podiam partir com essa facilidade. E a Alemanha de Joachim Löw já havia deixado claro que partiria para essa tentativa do antigo futebol pelo alto. Mas mesmo ganhando uma jogada ou outra, perdeu na cabeça quase todas, mostrando uma defesa muito bem treinada pelo alto e um goleiro excepcionalmente bem treinado, mostrando colocação, serenidade e comunicação com a zaga. Gostaria de ter visto Renato Augusto jogar, como prefiro alguém mais técnico que Casemiro.

E hoje, na minha ideia, não vejo como o Brasil atuar na Copa do Mundo com Marcelo de um lado e Daniel Alves do outro. Ou um ou outro. E o outro não precisa sair, pode emprestar sua qualidade de marcação e sua técnica (que aliás os dois tem) para jogar na meia defensiva na vaga de Casemiro. Outra vaga que tem de ser preenchida é a de Firmino. Temos gente melhor até aqui mesmo no Brasil.

Sobre Neymar, não esqueci não. Mas não há como dizer que seria um jogo mais fácil para o Brasil, apesar de sua característica individual e sua técnica fantástica. O comportamento Alemão seria outro e o nosso também. Por isso que acredito que esses testes deviam ter acontecido há mais tempo. Falta muito pouco tempo para Copa. Em todo caso, a exaltar a confiança da equipe, a serenidade e o aparente profissionalismo e competência de toda comissão técnica. Sem esquecer que Copa do Mundo é Copa do Mundo.

Abraços

P.S: destaque para a Espanha goleando inapelavelmente a Argentina. Seria o fantasma de que todo time campeão ou vice, na Copa seguinte se desmancha? Ou a certeza da equipe errada em mãos erradas como é o caso de Jorge Sampaoli, quando a Argentina tinha e tem técnicos muito mais qualificados e identificados com seu futebol. Vamos ficar de olho na nova Espanha.

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