domingo, 16 de junho de 2019

COPA AMÉRICA NO BRASIL: TENTANDO FUGIR DO FUTEBOL DE VIDEOGAME



Na última sexta-feira, dia 14 de junho, começou a 46ª edição da Copa América. Muito diferente das que se viu no passado. Tanto na qualidade das equipes, como na organização. Com o país passando por um dos momentos políticos mais difíceis de sua história, talvez se explique o pouco apelo de um torneio que já vinha decadente. E com a Conmebol tendo a “brilhante” ideia de colocar valores de ingressos de futebol de primeiro mundo, o desânimo é no campo e fora dele, com o reflexo natural nos estádios quase vazios em boa parte dos jogos. Não há jogador que sinta entusiasmo em jogar para um estádio vazio. E na atual penúria do futebol sul-americano, onde a maioria dos melhores jogadores jogam fora de seus países, o desinteresse pela competição é enorme.

O tal futebol de videogame que me referi traduzo pelo que tenho visto nos jogos até aqui. Exceção para Argentina e Colômbia e Uruguai e Equador. J
ogadas, passes e movimentações absolutamente previsíveis. Pouca criatividade, poucas finalizações, raríssimas jogadas de boa técnica. Um futebol mecânico, que segue um ritual monótono e de poucas emoções. Observando a primeira rodada, a estreia da Seleção Brasileira contra o amador e fraco time Boliviano foi ruim. Previsível em suas jogadas, a seleção de Tite não tinha criatividade e poder ofensivo. Placar final de 3 x 0 não diz nada sobre um time mal escalado, com jogadores que possivelmente não serão utilizados mais adiante. Um time frio, com jogadores mudos em campo. Justificando o silêncio e a apatia do pouco público que compareceu ao Morumbi em São Paulo. 

Colômbia e Argentina fugiram um pouco desse futebol monótono e pobre. A Argentina, ainda dependente de Messi, apresentava uma seleção também muito amadora e sem nenhuma novidade tática ou qualquer surpresa individual. Se Messi não estivesse em campo, talvez o resultado fosse mais largo. Por momentos havia impressão que a Argentina ia chegar a abrir o placar. Mas a defesa Colombiana, mais bem postada, coesa e saindo em contra-ataques perigosos, se aproveitou da fragilidade defensiva e da falta de sincronia do time Argentino. O 2 x 0 para a Colômbia foi justo. Outras partidas, como Peru 0 x 0 Venezuela, Paraguai 2 x 2 Catar, o futebol de videogame esteve presente. Com as mais tradicionais, Peru e Paraguai, longe do futebol que apresentavam, apesar do esforço das equipes. 


Fechando o domingo, tivemos Uruguai 4 x 0 Equador. E pela primeira vez talvez tenhamos visto um time bem armado, com dois cobras do futebol bem conhecidos, como Suárez e Cavani. Outros em franca ascensão como Lodeiro e Laxalt, e os muito eficientes Godín e o goleiro Muslera. Só aí já citei mais de meio time. Sem falar que é dirigido por um treinador extremamente competente e sério como Óscar Tabarez. O futebol que o Uruguai vem apresentando há algum tempo é fruto de um trabalho que começou há mais de 15 anos. Pouco a pouco o Uruguai vai recuperando o prestígio que lhe deu dois campeonatos mundiais. É um dos favoritos, senão o maior favorito, para vencer esta Copa América. Por fim, temos ainda Chile e Japão, um dos convidados desta Copa junto com o Catar. A impressão sobre eles naturalmente ficará para o próximo Raio-X da Copa América

Farei ainda um FUTEBOL DE FATO especial esta semana dando espaço, mais que merecido e já atrasado, ao futebol feminino na Copa do Mundo na França.

Uma boa semana a todos!

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