domingo, 30 de junho de 2019

COPA AMÉRICA: QUAL É A SUA CARA, BRASIL?



Pessoal, vou adiantando que não me importa se o resultado da Copa América será um título para Seleção Brasileira. Pode até ser, e as chances são grandes para que isso aconteça. Um dos melhores da competição, o Uruguai, caiu perante o Peru ontem, de forma bisonha e estranha. Mas com qualquer resultado, é de dar desgosto o futebol e os elementos que o envolvem e que nós estamos assistindo na Seleção do Brasil  e também em outros países, por que não? A decadência é geral, mas vou me ater a seleção que joga em seus domínios e que até algum tempo atrás, ou mais ou menos, encantava o mundo com seu futebol e suas conquistas. 

Não estou julgando pelo jogo com o Paraguai, onde passamos nos pênaltis depois de ficarmos mais de 100 minutos na partida sem marcar um gol. Mas vou usá-lo como retrato do que quero passar a vocês. Poucas vezes vi a seleção jogar um futebol tão medíocre e robotizado. A sensação que tenho é que o jogadores estão com má vontade de jogar, com nojo da bola. O elenco quase todo tem o mesmo comportamento. O time dentro de campo não fala, não troca informações. Vejo um punhado de rostos e semblantes apáticos, omissos, patéticos. Sem alegria na face, sem o sorriso que caracteriza a alegria de jogar futebol. Sem alegria, o brasileiro não joga futebol. Joga outra coisa. Este estilo de jogo e esse comportamento jamais traduzem o real futebol brasileiro. O seu treinador colabora para isso como pode. Porque ele também não é a imagem de um treinador de futebol brasileiro que se preze. Torna difíceis palavras e situações com intuito de não serem compreendidas. E o resultado é o que estamos vendo. Um time burocrata, que até os mais técnicos já começam a se perder em meio a tanta burocracia e mesmice. Traduzindo de forma geral: é como se o time tivesse recebido uma ordem expressa para se poupar ou acontecido nos bastidores algum problema ao qual não temos acesso, enfim. Tudo muito estranho, muito estranho.

Passando raspando pelo Paraguai, a seleção agora enfrenta a Argentina, que se não fosse Messi, jogando longe do futebol que costuma jogar, seria uma seleção como qualquer clube pequeno regional de qualquer país. O futebol que joga Aguero é triste. Não tenho nem prognóstico para arriscar sobre o jogo de terça-feira. A tal rivalidade que existia também não parece existir mais. Apesar de, normalmente, Brasil e Argentina crescerem quando se enfrentam, nem dá para cogitar tal situação. Já pensei sobre a temporada dos jogadores que jogam no exterior - estão nas férias deles - no interesse financeiro e numa possível fadiga e estresse generalizado que causasse esse comportamento que logicamente é transmitido para uma arquibancada de elite, sonolenta, sem muita intimidade com estádio de futebol, que pode pagar uma fortuna para assistir jogos de baixo nível técnico.

O que se diferencia mais um pouco em matéria de vontade parece ser a equipe chilena. É também a mais experiente de todas. Mesmo assim joga bem abaixo coletivamente daquilo que sabe apresentar. Alguns favoritos como Colômbia e Uruguai já se foram. Provavelmente Brasil, Argentina e Chile dividem as maiores chances de conquista. Seja qual seleção for, podem ter certeza, irão conquistar uma das Copas América menos brilhantes e dignas do futebol que é jogado há tanto tempo na América do Sul.

Uma boa semana a todos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário