quinta-feira, 20 de junho de 2019

COPA DO MUNDO DE FUTEBOL FEMININO – AS MENINAS DO BRASIL


Eu devo, há muito tempo, uma coluna do Futebol de Fato para a seleção de futebol feminino do Brasil. Peço desculpas a essas garotas por ter demorado tanto. Contribuiu muito pra isso o fato de não ser tão especialista no assunto, embora futebol seja futebol em todo lugar da terra, mas existem certas diferenças relativas à diferença natural do sexo.

Parece ser machismo da minha parte, mas você tem que conviver com o grupo de mulheres para viver mais a par de determinados detalhes que só na prática você vai adquirir. E a outra parte é justo a falta de apoio e interesse comercial do Brasil no que tange às empresas, patrocinadores, emissoras de TV, Federações e por aí vai.

Praticamente na força e na marra o futebol feminino vai aos poucos abrindo seu espaço. Em alguns casos existe até uma certa dose de heroísmo por parte de jogadoras como Formiga, Marta, Cristiane, sobre as quais repousa quase sempre o peso da decisão em campo.

A CBF nunca deu o apoio necessário. Nem sequer a gente pode criticar o comando técnico e seu treinador porque há problemas claros de estrutura e filosofia de jogo. Se uma comissão de especialistas em basquetebol chegar ao Estados Unidos hoje e procurar a NBA com uma nova mentalidade e filosofia técnica e táticas, no campo da hipótese, é claro, duvido que dessem a menor atenção as possíveis novidades que fossem apresentadas.

O nosso futebol, pela perda de identidade no masculino, não deixa de fora o reflexo no feminino. Tentam mexer nas nossas raízes, mudar nosso estilo. Se isso não dá certo no masculino, imaginem no feminino. Nossa magia e nosso gingado estão no DNA. Tanto faz homem ou mulher. Nosso modo “moleque” e descontraído de jogar não se opõe à modernidade e a sofisticação de trabalho no aspecto físico e científico. Um não pode ser refém do outro.

Portanto, faltando o apoio que mencionei acima, faltará renovação, como tem faltado. E sem renovação e prestígio, não existe mágica. O próprio futebol feminino americano joga à maneira deles. E já sabem dos nossos limites porque não houve organização, evolução e renovação. Se fossem mantidas às raízes de nosso futebol, como foram no futebol masculino até, digamos, 20, 30 anos atrás, possivelmente estaria sempre entre às favoritas. Haveriam várias Martas e muitas Formigas.

Esses detalhes já ficaram provados em competições anteriores. Mas as providências não foram tomadas. Quem sabe, com o tempo, com a pressão do público, daqui e do mundo inteiro, o vento mude de lado e, assim como foi o masculino, o feminino passe a encantar e representar o Brasil com a qualidade técnica, inteligência e cintura que ele sempre teve e que está no berço.

Mesmo assim, estamos com elas! Vamos torcer para que superem mais uma vez tais obstáculos.

Abraços!

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