terça-feira, 25 de junho de 2019

JAPÃO: A MAIS NOVA FORÇA NO FUTEBOL


Prezados, resolvi falar sobre a evolução do futebol japonês que tenho percebido nos últimos três, quatro anos. E esta Copa América de 2019, no Brasil, foi, para mim, de grande valor para a conclusão de minha análise sobre o futebol japonês.

Não importa se ontem com o empate em 1 X 1 com o Equador a seleção japonesa deu adeus a esta Copa América. Não são sempre os resultados que vão espelhar a evolução de uma equipe. O Japão que vi nos três jogos no Brasil, para início de conversa, é o segundo time deles. Sendo mais claro, o que chamam de sub-23 do país.

Notei grande evolução no posicionamento, o que já vinha melhorando nas últimas Copas, mas, principalmente, na parte competitiva, técnica e individual dos jogadores. Em nenhum momento percebi jogadores novos, com pouca bagagem, tremerem diante de profissionais, mesmo de pouca qualidade, da América do Sul. Haja visto o jogo com o Uruguai que terminou em um empate em 2 X 2 através de um pênalti bastante duvidoso ao meu ver.

Vi nesses três jogos um Japão equilibrado, fazendo suas manobras ofensivas e defensivas de forma consciente, ritmada, organizada e na máxima harmonia. E sem jogar deslealmente ou entrar mais pesado numa dividida. Observei alguns jogadores da equipe japonesa acharem espaços e aplicarem fintas que são costumeiras em jogadores de bom nível técnico. Deslocamentos, tabelas e os fundamentos em geral sob domínio.

Deu muita alegria de ver essa evolução técnica. Não vi mais um Japão só de correria e intensidade. Vi um Japão coeso, forte e com apenas um pouco de imaturidade e deficiência nas conclusões, como foi o caso do último lance no jogo contra o Equador, que devido a uma finalização muito mal feita acabou tirando a vaga da equipe japonesa.

Mas é muito importante lembrar que nada acontece por acaso. Há quase 30 anos ninguém menos que Arthur Antunes Coimbra, o Zico, foi atuar no Kashima Antlers, no Japão. Em pouco tempo Zico virou uma lenda que a inflamada torcida japonesa rapidamente passou a copiar e colar em seus corações. Cada passo, conselho, declaração, cada exemplo do “Galo” era assimilado com total atenção e humildade pela, na ocasião, apenas voluntariosa e dedicada escola asiática.

Pois bem, derrotas, vitórias, mas a estrutura, a filosofia e o caminho nos rastros que Zico deixou foram seguidos religiosamente, se unindo a própria disciplina, organização e determinação já próprios dos japoneses. Estivesse Zico na área técnica, dirigindo a seleção japonesa, ou não. Não houve vaidade, orgulho, nem mistura de valores por parte dos japoneses. Com simplicidade e dedicação foram se aprimorando a cada dia a ponto de hoje terem uma equipe sub-23, como disse acima, que joga um futebol correto, bem jogado e técnico em várias ocasiões.

Evidente que falta muita coisa ainda. Saber parar uma jogada, ganhar tempo, prender mais a bola, enfim, detalhes que se adquirem jogando e aprendendo. E o Japão está fazendo isso. E, na minha ótica, hoje já mostra progressos de uma seleção forte.

Podem anotar aí nos seus arquivos: já na próxima Copa do Mundo, ou a partir dela, não será tão fácil derrotar o Japão. E não se surpreendam com uma inédita colocação final do time da chamada “Terra do Sol Nascente”, pois o futebol hoje no Japão, podem crer, é uma realidade. O tempo irá confirmar se estou certo ou errado em minha observação.

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