Há dias estava comentando sobre o River Plate. Os
leitores devem lembrar bem. Então, antes de falar do campeão do mundo
interclubes pela terceira vez seguida, vamos passar pela Argentina para saber
se sua atuação pífia nas finais do mundial foi inesperada. Pra mim, um pouco.
Já tenho prevenção e preocupações com o desempenho de uma
equipe em seu primeiro jogo logo após a conquista de um título. Os jogadores
relaxam naturalmente. Festas, bebida, parabenizações, enfim, muda o foco e muda
até a força física. Talvez isso tenha ocorrido em certo grau com o River Plate
diante da derrota nos pênaltis para o apenas esforçado e rápido Al Ain. Este
foi um dos jogos que se houvesse uma segunda partida daria River em qualquer
lugar. Não que o River seja um timaço, mas é, sim, superior. Tanto que ontem
parece ter recuperado a consciência e o sentido de grupo e meteu 4 gols no
Kashima Antlers, do Japão.
De todo modo, a tarefa do River, caso chegasse à final,
era peso pesado. Enfrentar uma equipe como o Real Madrid, que tem estrutura, profissionalismo,
qualidade técnica, tradição e riqueza, é uma parada. Difícil tremerem em uma
decisão. Principalmente pela natureza da formação da equipe, com estrelas
diversas de vários países. Pode às vezes acontecer algum descontrole ou
desinteresse devido a dificuldade de derrubar seu oponente. Mas, sendo bem
dirigida, dificilmente uma equipe destas é derrotada em um jogo final. A não
ser por algum adversário a sua altura.
E, se o River Plate talvez não fosse páreo para uma final
com o Real Madrid, muito menos foi o dedicado Al Ain. Contando com dois
jogadores de qualidade, incluindo o brasileiro Caio, a equipe dos Emirados Árabes
fez o que pode. Mas, sem essa de “não há mais time bobo”. Há menos, sim. Mas
existem muitos mais ruins. Ocorre que o futebol se expandiu e globalizou.
Qualquer TV em algum canto do planeta mostra um Barcelona X Real Madrid ou até
mesmo um Fla X Flu, que já teve lá sua história e hoje vive de cinzas.
Portanto, de tanto ver, você aprende. Mas isso não significa que irá jogar
aquela bola redondinha ou fazer aquela equipe top mundial. Chegar a este ponto
requer muitos ingredientes esportivos, culturais, financeiros... uma escola com
longos anos a percorrer.
E o Real Madrid já iniciou essa escola há muito tempo.
Além do que citei, tem Modric, Marcelo, Bale, o paredão belga Courtouis, e as qualidades
que ressaltei acima. Portanto, não há muito do que falar desse jogo
isoladamente. Foi 4 a 1 e poderia ser mais. O Real Madrid é muito mais time,
provou isso mais uma vez sendo campeão do mundo, levando para casa pela sétima
vez o título de campeão mundial interclubes. Minha reverência ao Real Madrid,
esse fabuloso time espanhol!
Um feliz fim de ano a todas as nações do mundo! E que
tenham a felicidade de viver e conviver com outros países de forma livre,
transparente e democrática!
Até 2019, se Deus quiser!